Querido diário eu gostaria de agradecer, imensamente, ao senhor presidente o decreto funesto de permissão do porte de armas e o aumento para aquisição de 5mil unidades de munição, ao invés das 50 hoje permitidas.
Contra tudo e contra todos, inclusive as pesquisas nacionais e mundiais, agora várias categorias de cidadãos poderão conduzir suas armas carregadas.
Como mulher, eu também gostaria de agradecer, querido diário, porque agora aumentou as probabilidades das mulheres sofrerem mais feminicídios, cujos números já são assustadores.
Como cidadã, eu também gostaria de agradecer, porque já discussões, onde as pessoas puxaram armas e atiraram a esmo, matando uns aos outros e a quem estava só passando.
Posso citar, querido diário, um caso acontecido no distrito federal, onde um policial civil, por estar irritado, num congestionamento, atirou e atingiu uma criança, dentro de um carro.
Como mãe, eu me assusto com a possibilidade dos acidentes domésticos, com as crianças que terão acesso as armas liberadas.
Como a pessoa, eu fique pensando tristemente, na possibilidade do aumento dos números de suicídio, pela facilidade ao acesso às armas.
Os próprios policiais numa blitz, querido diário, ao enxergar uma arma dentro de um carro do cidadão, qual será a reação deles? Eles também estarão à mercê da morte, ou matar ou morrer.
Foi pensado, no momento desta liberação, que as armas que são roubadas, em sua maioria, vão parar nas mãos do crime organizado?!
Provavelmente, com os conflitos agrários que temos no Brasil, a zona rural vai virar um faroeste!
Deixo aqui uma pergunta, querido diário, a arma é um instrumento de ataque ou de defesa?!
Querido diário por que antecipar esse tipo de liberação, se no Congresso já estava tramitando um projeto de lei que analisava o assunto?!
Essa provação foi eleitoreira e oportunista. Não tem nada a ver com segurança pública e sim com interesses empresariais.
A quem esse decreto beneficia, efetivamente?! Para mim só tem uma resposta: a indústria do armamento!