Deixa eu te contar, fadiga é #foda!

Estou fadigada, isso não quer dizer cansada.

Fadiga é muito mais.

Na doença autoimune é o resultado do corpo lutando, o tempo todo, contra você mesma, porque qualquer coisa é uma ameaça, os anticorpos acham que é invasão, há um combate feroz, toda a estrutura reagindo, a gente fica exausta.

Exames e médico se tornam uma rotina, muito além do que qualquer outra pessoa possa fazer, tipo, sabe aquele check-up anual? Para autoimune é um check-up mensal.

No meu caso específico, pneumo, gastro, hepato, cardio, reumato, endócrino, oftalmo, ortopedista, hemato, dermato, geriatra, dentista, psicóloga… Deve estar faltando algum que esqueci. Sim, ginecologista, e?! …

Claro, ainda tem todos os exames, que cada um dos especialista pede para que eu faça, para acompanhamento das reações de cada parte do meu corpo, contra ele mesmo. Ultrassonografia, ressonância, tomografia, cintilografia, exames laboratoriais, regularmente.

Nossa, mas você precisa de tudo isso mesmo?! Que exagero!

Vamos lá tem nódulos na tireoide, no pulmão, pâncreas hipotrofiado, cartilagens soltas ou desmanchadas, ossos em atrito, fígado intoxicado, controle das células sanguíneas, olhos sem lágrimas, boca sem saliva, pele sem hidratação, inúmeras alergias, infecções de repetição. E dores…

Administrar o desconforto, inferências, caras e bocas! As pessoas e seus pitacos azedos, ou escondidos! Nos olham como uma lunática, hipocondríaca…

É uma agenda intensa para prevenir e remediar, pilates, fisioterapia, 3 vezes por semana, cada uma, acupuntura 2 vezes, terapia. Muuuuitas dores no corpo e na alma.

Você cansou?!

Trabalho, estudo, atualmente são 2 cursos, gerencio redes sociais, de 2 páginas e um blog. A agenda é cheia.

O sorriso no meu rosto é constante, porque a vida parece difícil, eu não preciso torná-la mais.

Minha vida é boa! Eu tenho meios de me tratar, eu tenho uma família incrível, filhos, marido, netos e amigos. Eu sou feliz!

Queria compartilhar, ser autoimune é difícil e fadigoso.

Ter fadiga é que cansa!

Sua estratégia de vida é fundamental para estar bem! Eu criei a minha.

Descansar, quando preciso, distrair, quando necessário, rir de mim mesma, cuidar do meu corpo, amar, afastar, ser fiel e leal a mim. Bom humor, positividade, resiliência e adaptação. Levo a vida, não deixo ela me levar.

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8 anos… falta a Cláudia em minha vida

Para Cláudia

Nem preciso te dizer que todos os dias lembro de ti, como uma irmã, amiga, são gatilhos que acontecem, naturalmente.

Já foi com muito sofrimento, hoje junta é saudade, é triste, mas a dor diminuiu.

Sinto falta da tua intensidade para tudo, vida trabalho, hobbies, críticas e um apoio e amor incondicionais.

Restaram as orações, as lembranças e uma lacuna, a das nossas longas conversas e trocas.

Deixo aqui a oração que fazíamos no evangelho do lar, quando eu estava em Pelotas, Maria passa na frente.

Que a luz esteja contigo!

Maria passa na frente e vai abrindo estradas e caminhos.
Abrindo portas e portões.
Abrindo casas e corações.
A Mãe vai na frente e os filhos protegidos seguem seus passos.
Maria, passa na frente e resolve tudo aquilo que somos incapazes de resolver.
Mãe, cuida de tudo o que não está ao nosso alcance.
Tu tens poder para isso!

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O metrô e a vida

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Todos os dias no metrô ela dormia às vezes sentada, quando dava, outras em pé mesmo, encostada aproveitava os infinitos minutos, até chegar ao destino.

Essa era a rotina, levantar, arrumar rapidamente o café, lavar a louça e sair correndo para pegar o ônibus, para conseguir entrar no metrô as 6h.

A vizinha levaria as crianças para a escola, deixava a mesa posta com o café e elas de uniforme, as vestia mesmo dormindo, para não dar trabalho para a amiga.

O marido?! Já tinha se ido, achado outro caminho, sequer tinha notícias dele.

O sustento da casa era por conta dela, mas comida na mesa tinha. Podia ser pão dormido com café, arroz e feijão com ovo, mas tinha. Morar no subúrbio era o que dava, no momento.

Sempre dizia às filhas: estudem, nunca dependam de ninguém, a vida só é vivida assim, façam seu próprio caminho.

Nem ela…

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Mulheres e Meninas Digitais

A pandemia agravou a situação de trabalho das mulheres, cada oportunidade é preciosa.

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A desigualdade de gênero está em todos os lugares, apenas 5% dos cargos de chefia e CEO de empresas no mundo são ocupados por mulheres, segundo pesquisa da OIT. No Brasil, as mulheres estudam mais, porém recebem salários menores que os homens, para desempenharem as mesmas funções.

Pare, leia e reflita sobre o texto a seguir da Onu Mulheres:

O mundo do trabalho está mudando de um modo que terá consequências significativas para as mulheres. Por um lado, os avanços tecnológicos e a globalização trazem oportunidades sem precedentes a quem tem a possibilidade de acessá-los. De outro lado, estão o aumento do trabalho informal, a desigualdade de salário e as crises humanitárias.

Apenas 50% das mulheres em idade de trabalhar estão representadas na população economicamente ativa no mundo. Os homens representam 76% dessa força de trabalho. A esmagadora maioria das mulheres trabalha na economia informal,

sustenta o trabalho…

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Glória Maria, morre um ícone

Glória vai fazer muita falta, com sua energia, vida, força.

Foi a jornalista da minha geração, cobriu de tudo, participou de verdade nas suas matérias, mostrando todas as suas emoções. Pioneira.

Abriu caminhos, para as mulheres. Para as mulheres negras foi ícone, farol, coragem.

Fez história, Brasil, mundo,vida!

Única, estilo inigualável, essa é a palavra: admirável!

Ela realmente viveu! Vai em paz Glória, a luz te recebe com muita honra!

Usurpação, o dia que invadiram o Palácio do Planalto

Eu já usei essa mesa, ou uma idêntica, escolhi pela beleza do trabalho na madeira.

Eu trabalhei no gabinete pessoal do Presidente da República, no 3º andar.


Fui servidora da Presidência da República por 24 anos, 8 deles no gabinete pessoal, como adjunta.


A invasão de domingo também me invadiu, de tristeza, de perda, vi a mesa no meio das cenas de destruição, foi desolador, fui usurpada.

Nunca, trabalhando no 3° andar, tive a sensação que isso, um dia, poderia acontecer, nunca.


O espelho d’ água do Palácio Planalto não era previsto no projeto original de Oscar Niemeyer, foi construído em 1989, no final do governo Sarney, depois que um homem, dirigindo um ônibus, subiu a calçada do planalto e chegou até as pilastras.

Ali foi percebido a fragilidade da segurança do prédio. Se tivesse subido 2 rampas estaria no 3° andar, o do Presidente. Os protocolos foram revistos, o espelho foi instalado, como uma barreira física.


O palácio sempre foi guardado e protegido por seguranças, ligados ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional), pelo batalhão da guarda presidencial (infantaria), ou pelo batalhão dos dragões da independência (cavalaria). Tem sempre parte da tropa de plantão, para proteger 4 palácios, o Planalto, o Alvorada, o Jaburu e a Granja do Torto, os ligados à presidência da República. Tem sempre segurança dentro dos prédios.

Mesmo sendo do corpo de servidores da presidência da república, depois que saí do gabinete, eu só poderia transitar me identificando na segurança das recepções.


Sei lá, me invade um sentimento de angústia, sempre me senti segura lá dentro, me pergunto onde estava essa gente, que sempre deu proteção…


Onde vocês estavam? Por que não protegeram o Palácio?

Não existe fórmula para um ano perfeito

Faça suas reflexões para o novo ano. O que quer que aconteça?

Verifique o que é realmente importante e relevante para a sua vida e faça disso o maior sonho a maior conquista.  Isso vale para os pedidos de desculpas que não fez, aquela declaração que não disse, aquela visita que você vive adiando. 

Trate de avivar a sua vida. Se quiser dançar, dance.  Cante! Vá ao cinema quando desejar, coma aquele doce que você tanto gosta, faça pipoca pra ver TV, não fique adiando planos, mesmo que sejam simples.

Sabendo que, um momento pode mudar tudo, o que estamos fazendo em nossos instantes?!

Perdemos a nossa verdadeira expressão, a verdadeira exteriorização de nós mesmos, vivemos para agradar aos outros, infelizes.

Se pergunte e responda, onde quero chegar, com quem quero ir, só você pode ser só você, qual caminho irá trilhar, seja honesta, porque só você terá as respostas.

Na vida o melhor é ser o mais honesto possível, inclusive consigo mesmo! Não se foge de problemas, no máximo se adia.

Monitore sempre os seus sentimentos e os seus problemas, para que não se agigantem e para não se afundar com eles, para não atrapalharem a navegação.

Para a vida o diálogo, o respeito e o amor são uma boa fórmula, um bom caminho.

A vida tem suas estações, tudo ao seu tempo, mudamos para evoluir, assim como na natureza.

O tempo não para, não pare no tempo. Não perca a capacidade de sonhar e continue colorindo a tela em branco que é a vida.

Nem sempre a verdade é a melhor resposta…

pós 50

Minha mãe faleceu no início deste ano. Faria 100 anos, em 2025, e os momentos de lucidez já eram raríssimos.

Estávamos conversando, certo dia, e ela me perguntou, apontando para o céu, e a minha mãe?

Então, ao invés de responder, eu simplesmente comecei a falar das coisas que a vó fazia na cozinha, com cada fruta da época.

“Mãe lembra da vó descascando os pêssegos? Para fazer a geléia, a pessegada, os pêssegos em calda e os suco de uva?! E aquela vez que ela mandou o pêssego em calda para ser enlatado?! 12 fatias por lata, ao abrir descobriu que o responsável enlatava 10, ficando com duas fatias, de cada lata, para ele.”

Lembrei das fornadas de cucas…

Ela ria das histórias…

Era uma maneira de relembrar a sua mãe, minha vó Olga, reviver os momentos felizes.

E assim eu levava, porque não queria relembrar nela, em uns…

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Estrutura e Conjuntura

pós 50

Lembro de vários momentos, em minha vida, em que eu estava dentro de um turbilhão, e pensava o quão difícil seria contornar aquela situação, que, hoje, olhando para trás, percebo como seria tranquilo administrar, mas a maturidade de agora é que enxerga e percebe isso.

Difícil se distanciar e fazer uma avaliação de como agir, mas é uma ação necessária. Olhar como espectador e não como ator.

Costumo dividir as situações em estruturais e conjunturais.

Estrutural é aquela situação que vai marcar a minha vida e fará com que a ela se modifique. O nascimento de um filho, a morte de alguém muito próximo, uma doença grave ou limitante. São aquelas mudanças que deixam uma marca indelével. As capazes de interferirem nos nossos valores, nos mudar.

As conjunturais podem ser difíceis, no momento em que se vive, trazerem sofrimento, mas só fazem diferença durante certo tempo, enquanto se está nela…

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Jô Soares, um pouquinho de nós

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu…

Roda viva – Chico Buarque e MPB4

Hoje morreu Jô Soares… se aconchega uma tristeza em mim.

Fez parte da minha vida, a vida inteira.

Os programas de humor, assistia todos.

Ele me fazia dormir tarde, porque eu queria assistir todas as entrevistas do sofá, no final da noite. Incentivava a minha notivagacidade (não sei se tem essa palavra, mas em mim existe).

Com ele era possível viver cultura, política, humor,futebol.

Gênio!

E o Brasil vai ficando mais triste, mais sem graça, as risadas diminuindo…

Fica uma saudade… Fica o enorme legado.

E agora minha vó?!

Sou uma neta privilegiada, tenho o livro, da minha avó paterna, Amélia, que descreve todo o gerenciamento de uma casa. Tem de tudo, o mais precioso para mim, cardápios detalhados. Foi um presente de minha madrinha.

Privilégio duplicado, há alguns anos, minha tia Eny, me entregou o caderno de receitas da minha avó materna, Olga. Minha tia acreditava ser eu uma das herdeiras, das prendas de minha avó Olga, pois algumas vezes cozinhei para ela.

É um caderno simples, capa de papelão, costurado no meio, daqueles em que se anotavam as despesas do armazém. Consta ali, ao final, inclusive, algumas despesas da época.

Guardo com muito cuidado, por sua precariedade, passadas muitas décadas, desde sua primeira anotação. A capa está a desmanchar-se.

Que letra linda e desenhada, foi a primeira impressão, me pareceu que outras pessoas ali escreveram receitas. Algumas grafias feitas em caneta tinteiro, outras em lápis ou caneta comum.

Resolvi transcrever algumas receitas, após o pedido da receita de quindins, solicitada por uma prima. Presente garantido em nossos aniversários.

Quindins, é uma das poucas receitas detalhadas. Vó Olga só apontava os ingredientes e rapidamente o cozimento. Tinha todo o processo guardado em sua cabeça.

E agora minha avó?!

  • o que seria um pão de 200 réis;
  • meia quarta de batatas ou uma quarta de amêndoas;
  • uma dita de manteiga
  • Ou quanto é Cem réis de caninha ou spirito (não faço ideia o que seja esse).

O mais fácil, até agora, foi converter libra em kilo ou gramas…

Em uma pesquisa no Google, encontrei referências à antigas medidas lusitanas. Algumas datam da mudança da família real para o Brasil, sem, no entanto, ter qualquer registro da conversão de quarta ou dita.

Tem sido uma aventura, deliciosa, traz as melhores recordações, de quando, muito pequena, mal os olhos transpunham o tampo da mesa, observava as prendas de minha avó como confeiteira.

Os quindins, ou queijadinhas, desabados ao desenformar, tinham paradeiro certo, a barriga dos netos presentes.

A vida e suas histórias

Nossa vida não daria um livro? Por suposto que sim!

Sou uma apaixonada pelas histórias da pessoas, suas crônicas de vida. Sim, porque a história de cada pessoa, para mim, é um conjunto de crônicas, cada etapa vivida a soma de várias vidas.

Nessa caminhada existe a possibilidade de ser feliz, a opção é nossa, pessoal e intransferível! A minha opção foi ser melhor, a cada dia, superar o dia anterior.

Nem tudo é fácil, não é verdade?! Faça aquilo que você puder fazer para olhar o passado e poder dizer, eu não mudaria nada, porque o que fui foi o melhor de mim, naquele momento.

Sou grata por cada situação que tive de superar, amadurecer, para chegar até aqui.

O que me sustentou, os meus alicerces, foram as relações de carinho que eu estabeleci no decorrer dos anos e a compreensão de que minhas atitudes eram o que minha maturidade permitiu, naquele momento.

As minhas decisões de vida e compreensão dela me definem, vou me reinventar em cada fase necessária, em cada momento de evolução, somar cada momento de alegria e intensidade, assim poder dizer a mim mesma, fui e sou feliz.

Assim é a vida, imagine, sonhe, porém não deixe de concretizar, faça com que o seu sonho vire uma realidade, um momento de felicidade.

A vida pode ser um charme, uma história a ser contada.

Há dias que são alegres, que se tem vontade de inovar. Outros que podemos aproveitar para aprender, evoluir, com os percalços que se apresentam.

Você tem a opçao de se abrir para a vida, perceber a alegria e beleza ao redor.

Dificuldades existem, sempre, e é como as encaramos e superamos que fazem com que elas se transformem em crescimento pessoal. Nunca, definitivamente, deixe de sonhar, possibilidades acontecem em qualquer momento.

Use a sua sensatez desenvolva o seu equilíbrio interior, olhe com sabedoria para si e para a sua essência. Você pode e sempre será muito melhor, se assim se permitir.

Estrutura, Conjuntura – Vida

Lembro de vários momentos, em minha vida, em que eu estava dentro de um turbilhão, e pensava o quão difícil seria contornar aquela situação, que, hoje, olhando para trás, percebo como seria tranquilo administrar, mas a maturidade de agora é a que enxerga e percebe isso.

Olhar como espectador e não como ator. É difícil se distanciar e fazer uma avaliação em como agir, mas é uma ação necessária.

Costumo dividir as situações em estruturais e conjunturais.

Estrutural é aquela situação que vai marcar a vida e fará com que a ela se modifique. O nascimento de um filho, a morte de alguém muito próximo, uma doença grave ou limitante. São aquelas mudanças que deixam uma marca indelével. As capazes de interferirem nos nossos valores, nos mudar profundamente.

As conjunturais podem ser difíceis, no momento em que se vive, trazerem sofrimento, mas só fazem diferença durante certo tempo, enquanto se está nela.

Uma discussão, o fim de algum relacionamento, uma mudança de cidade, uma mudança de emprego. Situações que você pode mudar ou alterar.

O fim de um relacionamento também abre perspectivas novas, novos amores, autoconhecimento. A saída do emprego idem, novas oportunidades.

Saiba dar a devida importância e perceber a diferença entre àquilo que realmente fará diferença em sua vida.

Crises acontecem, são passageiras, nos proporcionam a possibilidade de crescer, amadurecer e evoluir.

Os eventos estruturais demandam de nós adaptabilidade e resiliência. Requerem uma energia intensa, são momentos decisivos em nossas vidas. São definitivos.

A vida é uma aprendizagem constante, ela nos traz novas matizes, diferentes luzes. Viver é estar em movimento.

Despedida

Minha mãe descansou.

Foram quase 97 anos, faria aniversário em maio.

Foi encontrar o meu pai, que tanto a amou, meu irmão que nos deixou tão cedo e a minha tia Eny, sua irmã e melhor amiga, tenho certeza a estarão recebendo com muita luz.

Vai em paz, te amamos!

Cely Fetter Dias da Costa – 1925/2022

Eu

Tá vendo a minha foto?! Ela tem uma missão aqui neste texto, mostrar que, apesar das circunstâncias, uma condição acessória em sua vida, existem motivos para sorrir.

Li Pollyanna e seu jogo do contente, na infância, aprendi que em qualquer situação, vou conseguir encontrar um motivo para ser feliz, virou um propósito de vida.

Estou sem qualquer maquiagem na foto, filtro automático sim. Não posso usar nada que tenha tinta, então tive que me amar literalmente nua e crua, todos os dias de olheiras, cabelo branco, e sabe o que?! Eu realmente me amo!

Separo boa parte do dia cuidando de mim. O meu corpo, esse parceiro de vida, exige de mim muita atenção. Ele tem epilepsia, síndrome metabólica, síndrome de sjögren (dizem doença autoimune rara), tem inúmeras alergias, dores reumáticas, enfim é um sacana!

E eu?! Sigo bela, feliz e faceira, porque nada me impede de ser eu mesma, ter autoestima, viver cada dia, todos os dias. Meu corpo é minha circunstância, vivo nele, sou muito mais do que ele.

Decidi ser feliz, foi uma decisão de vida! Sou grata por toda situação, em que tive de me superar, amadurecer, para chegar até aqui.

Meu corpo não me define! Eu sou Adriana Fetter, minhas decisões de vida e compreensão dela me definem, vou me reinventar em cada fase necessária, em cada momento de evolução.

Camélia branca

Minha madrinha, Dinda, foi uma das pessoas que mais me amou, sempre senti assim. Era irmã do meu pai.

A última vez que nos vimos ela estava ao lado de uma camélia branca (amo camélia, de qualquer cor), me chamou de queridinha, como sempre, me disse que me amava muito. Depois, segurando o meu rosto em suas mãos, me deu um carinhoso beijo de despedida.

Foi a última vez que nos vimos, ela faleceu dormindo em sua cama, um mês depois.

Era uma mulher elegante, sempre impecavelmente arrumada. Tenho dela lembranças de afeto e de carinho.

Usava várias pulseiras e anéis, a maior parte herdadas de minha avó. Criança pequena eu era fascinada por tudo.

Sentada em seu colo, ela ia tirando uma a uma das pulseiras, para que eu olhasse e brincasse com elas. A de trança, de filigrana, argola…

Morava em outra cidade, mas vinha uma vez por mês. Almoçava lá em casa, as quartas-feiras, quando estava em Pelotas, para mim uma festa.

Lembro de uma vez, ela me deu a bolsa para remexer, feliz vi um caderninho de capa vermelha e uma caneta, desenhei uma casinha para ela, na sua carteira de identidade, do lado em branco.

Até os meus 6 anos de idade ela tricotou todos os meus vestidos de aniversário. Lindos!

Morou na Itália. Recebia dela cartas em papel de seda, caligrafia desenhada, com caneta tinteiro. Tudo muito elegante, como ela.

Descrevia os lugares, com tanta perfeição e riqueza de detalhes, que me proporcionou estar com ela neles. As fontes esculpidas em mármore, o fantástico sabor do chocolate quente, as praças e cafés.

Sempre me mostrou em cada gesto, ou atitude, o seu amor por mim. As pessoas que nos amam, definitivamente, deixam em nós a marca do amor verdadeiro. Elas nos ensinam a amar.

A extensão do seu corpo

O Brasil perdeu hoje um titan da música, Nelson Freire se foi.

Em uma entrevista, o maestro Isaac karabtchevsky falou que o piano, para Nelson, era a extensão do seu corpo.

Uma das suas maiores dificuldades, nos últimos tempos, foi ter que se afastar do piano, sofreu uma queda e uma torção da mão, o que limitou a sua música, severamente.

Não foi um limite apenas físico,  o deixou  emocionalmente abalado.

Me trouxe à memória a situação de minha avó, quando foi proibida de cozinhar. Para ela também o fogão à lenha era a extensão do seu corpo. Cozinhar era viver, era vida, amor.

Não deixou apenas de cozinhar, foi se afastando da vida, daquilo que lhe fazia vibrar, do que a inspirava.

Eu acompanhei esse processo com tristeza, minha avó foi a mulher que mais influenciou a minha vida.

Forte, decidida, usava o cozinhar como forma de transmitir o seu amor aos outros, e o colocava em cada comida que fazia, e foram muitas, incontáveis

Decorava seus bolos com suas rendas de confeiteira. Recheou os nossos sentimentos vida afora com doçura, amor e dedicação.

Não usava afagos, usava colheres de pau, gamelas, panelas e o seu fogão a lenha.

A cozinha era a extensão do seu corpo e o fogão o seu instrumento.

Minha avó Olga, sem conhecer a rica teoria de propósito, sempre me fez entender o quanto é importante, na vida, se fazer o que se ama, aquilo que faz nossa chama interior arder e nos impulsiona, como um trem a vapor, vida afora.

Deixo aqui a minha divagação sobre vida, amor e propósito, o que na sua vida é a extensão do seu corpo?!

Mundo BANI – o mundo dos autoimunes

O termo BANI, Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible, foi criado em 2018, para definir a atualidade dos processos sociais e seus reflexos. Em português, FANI, frágil, ansioso, não linear e incompreensível.

A COVID veio confirmar essa definição e nos mostrar o quão frágil é a nossa civilização frente a um vírus “invisível”. Mas aqui o assunto é o mundo autoimune.

Somos frágeis, mesmo vestidos com a couraça da coragem para enfrentar a vida e nossas adversidades. Haja vulnerabilidade emocional, a baixa autoestima, a perda do suporte social e familiar, pela incompreensão do que ocorre conosco.

Sofremos de ansiedade, a incerteza causa isso. Nunca sabemos como o nosso corpo irá reagir no próximo minuto. Afinal existe uma guerra no interior do nosso corpo, nossos anticorpos lutam contra nós mesmos, nos identifica como inimigo.

Vivemos a não linearidade, planejamentos não fazem muito sentido no nosso mundo, que está em constante mudança, precisamos readaptar sempre a vida, não temos o controle dela. É muita resiliência.

Incompreensível, como somos incompreendidos! Temos dores constantes, mas nenhuma ferida para mostrar. Temos fadiga, não é cansaço, mesmo descansando não passa. A luta dos anticorpos que acontece dentro de nós é diária, permanente, devastadora. E como ouvimos, você parece tão bem…

Nada é visível. Sintomas cada vez mais esquisitos, não sabemos de onde eles vieram e como ocorreram, ainda temos que tentar explicar para os outros, o que são, mesmo sem entender.

É frustrante, mas estamos aqui enfrentando nossa complexidade e seguindo em frente!

Somos um corpo complexo, aprendemos todos os dias uma infinidade de coisas que possam tornar a nossa vida mais fácil.

Precisamos de empatia, respeito, porque, muito antes da sociedade trocar o VUCA pelo BANI, já tínhamos esse mundo confuso e divergente dentro de nós.

Caneca de inox

Na minha casa tinha uma caneca de inox, antiga, com o fundo levemente amassado, num dos lados, deve ter tido alguma queda. Queimava o leite ao ferver, mas fazia o mingau de maisena inesquecível da infância.

Na falta de uma sobremesa, tínhamos a alternativa de dois sabores. Hora leite com maisena e açúcar, ora leite com chocolate meio amargo (sim chocolate, aquele dos frades) maisena e açúcar, mas havia uma coisa inalterada, o gostinho queimado ao fundo.

Imagina esse mingau, comido, inúmeras vezes, em dias frios lentamente, – relíquia de recordação.

Raramente, minha mãe cozinhava, apenas em situações especialíssimas. Fazia o sarrabulho de Natal (segundo os entendidos uma delícia, feita do sangue do peru morto, para ser assado e consumido na ceia). Confesso que nunca tive coragem para experimentar. O mingau era uma das suas especialidades, repetido toda semana.

Sabor de infância, daquelas saudades inatingíveis. Ficou lá, perdido em algum lugar, algum recanto largado, junto com a caneca, deixada para trás, nas mudanças da vida.

Tem sabores da vida que não se consegue repetir. O mingau queimadinho, da caneca amassada, está guardado, ainda sinto o aroma e o sabor.

Filha e neta

Hoje recebi a visita da minha filha e da minha neta, tanta saudade, eu não as via desde março de 2020. Tão lindas, mesmo de máscara.

Muita gratidão por estarem bem, depois desses terríveis meses.

Sem abraços, de longe, de máscara.

Aguardo, ansiosamente  o dia em que poderei fazer um latte machiatto para elas, espumando o leite até virar creme, depois virando o espresso no meio, num copo longo, colorindo em ton sur ton.

O café e suas variações é um prazer em comum.

Vou fazer com tanto amor que vai ficar lindo de ver e de beber!

Presilha

Eu tenho uma presilha de cabelo, pequena, de plástico, que minha filha me deu, tem um significado imenso para mim.

Em 2017 eu estava hospitalizada, no meu rosto uma paralisia facial, decorrência de uma infecção nos ossos da cabeça. A rebeldia dos cabelos me incomodava.

Silvia me acompanhava em mais um dos 10 longos dias, ali. Abriu a bolsa e tirou uma minúscula presilha. Iniciava uma constante companhia.

Estamos em 2021 e a presilha fica ao meu lado, resiste ao tempo, recorro a ela inúmeras vezes.

Cada vez que a pego em minhas mãos, relembro os dias de superação, uma drástica mudança de vida, muita fisioterapia, muita auto dedicação.

A presilha é um marco na minha vida do antes e do depois, me traz a mente do que somos capaz.

A infecção deixou alguma sequela, rosto voltou 97%, diante de um prognóstico de 85%. O corpo precisou de tempo para recuperar altíssimas doses de corticoide.

Superei a paralisia, a perda do meu emprego, o início de uma doença autoimune, a transformação e aceitação de uma vida mais tolhida fisicamente, cirurgias reparadoras de ligamentos.

Iniciei uma transformação interior, me reinventei.

Fiz cursos, criei página nas redes sociais, escrevo em blogues, fiz uma pós graduação. Me adaptei. Não me entreguei.

Descobri uma nova profissão. Sou mentora de adaptabilidade e resiliência.

A presilha me lembra dessa trajetória, dos percalços, mas, principalmente, de tudo que venci. Meu troféu pessoal.

Ser

Propósito: Acolhimento Positivo

Me deparei com este poema de Pablo Neruda, tão pertinente para amenizar as cobranças sociais que sofremos, achei, além da poética abordagem, uma contribuição carinhosa para levar pela vida. Podemos ser o que for possível, mas podemos ser o melhor de nós mesmos.

Musgo e água



Se não puderes ser um pinheiro
no topo de uma colina
sê um arbusto no vale,
mas sê o melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo,
sê um pouco de relva,
e dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada,
sê apenas uma senda.
Se não puderes ser o Sol,
sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.
(Pablo Neruda)

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A história fará justiça

Eu queria começar pedindo desculpas pelas minhas duras palavras, caso discordem de mim, me deixem, ao menos desabafar a minha indignação e desgosto.

Provavelmente, vai ser um tom muito diferente daquele que eu costumo falar. Os 14 meses de distanciamento social amplifica o que me sinto, estou tolhida por esta pandemia, a quem não me entrego, mentalmente.

A impotência de não poder fazer, absolutamente nada, de ver a minha vida e o meu futuro nas mãos de governantes inaptos, inéptos, descomprometidos com a sua humanidade, me tira do eixo diplomático, que busco usar nos meus textos.

Transbordei em indignação!

É que eu ando emputecida com a situação de pandemia no Brasil, não aguento mais ver tanta gente morrendo pelo coronavirus, ou pela falta de atendimento, pela superlotação que a covid impõe aos hospitais.

Já temos vacina no mundo. Não há explicação plausível para as milhares de mortes acontecendo, todos os dias, por infindáveis meses.

Tanta gente poderia ter sido poupada, por que não se comprou vacina em 2020? Por quê?!

Famílias, tantas, em luto. Crianças órfãs, bebês morrendo, grávidas em risco e várias, muitas pessoas simplesmente não se importam.

Eu não acredito que eu estou vivendo num Brasil distópico, pessoas em realidade paralela, desconhecendo e menosprezando a ciência.

Estou há um ano em casa, mas vendo meu marido ter que trabalhar todos os dias. Seguramos um a mão do outro e enfrentamos esses dias com corajem.

Ele usa todos os recursos de proteção. Mantém distância de gente maluca na rua, de quem brinca com o perigo, que tenta dar a mão, abraçar, conversar sem máscara, ele vai desviando de todas as formas desse mortal vírus, de que muitos desdenham.

Estou de saco cheio desse governo genocida, desse legislativo cúmplice, dessa justiça paliativa. Dessas pessoas que não cuidaram para que o Brasil tivesse vacina a tempo e a hora.

Todos, que nos sabotaram, negam a realidade, se omitiram, nos infligiram essa tragédia brasileira, lavem as suas mãos, mas a história as mostrará em vermelho.

Queremos compartilhar empatia

Tem uma atividade que me deixa extremamente bem, amo preparar as publicações para a página pós50.

Escolho poesias, as vezes me ocorre alguma frase, entro no Canva, tento conectar a imagem com as palavras, olho o melhor tipo de letra, combino as cores. A mensagem e a imagem tem que tocar as pessoas.

Aprendi a organizar uma rotina que me faça sentir bem. Tem dias que são mais difíceis.

Em maio fará 14 meses que estou em casa. Aguardo a vacina, para retomar um mínimo de normalidade em minha vida.

Já são quase 7000 pessoas que nos leem. Se puder, quero compartilhar empatia.

As publicações, que a Sandra e eu fazemos, com tanto carinho, buscam a conexão entre as pessoas, com mensagens de amor, carinho e empatia.

A vida, mesmo em tempos difíceis, pode ser um pouco melhor.

14 de Abril

Metaforicamente, foi um dia de puxar meu espírito pelos cabelos, buscando trazer para fora a minha força interior, a coragem para viver esses dias tão difíceis, onde falta sensibilidade, empatia e humanidade.

Há um ano, dentro de 46 m², vivo minha solitude plena, com confiança, que, agora, tem se esvaído, diante a trágica realidade brasileira.

A realidade que se impõe é excessivamente dura.

Deus permita que possamos atravessar essa tempestade e recuperar sentimentos de humanidade, olhar para o lado e enxergar um irmão, não um inimigo.

Que ao aportar em águas mais tranquilas, tenhamos ao lado nossos queridos e amados e nossa integridade. Que meus cabelos brancos, de bons dias vividos, resgatem, em mim, a minha esperança.

A minha Páscoa

Meu pai morreu na Páscoa, foi para o hospital na sexta-feira santa. Na noite do sábado de aleluia faleceu e foi enterrado no domingo. Eu tinha 10 anos.

Quando se perde uma pessoa tão amada, numa data especial, você acaba tendo dois dias para chorar.

Marca a data do luto duas vezes, o dia da morte e o feriado, uma tristeza sempre estará presente, uma melancolia, para toda a vida.

A Páscoa nunca mais foi a mesma.

Eu a festejei, desde o nascimento da minha filha, depois meu filho e agora, também, os netos. Havia trilha do coelhinho, ninhos escondidos.

Crianças nos ressuscitam, dão sentido ao verdadeiro significado da Páscoa.

No entanto, geralmente nos reunimos, para almoçar, na sexta, último dia de vida do meu pai. No sábado e no domingo fico quietinha. Desde a chegada do coronavírus, isso não acontece.

Meu filho chegou na quinta-feira, com colombas e um ovo de chocolate, presente dele e da Silvia, minha filha. Em um ano de pandemia e isolamento, foi a terceira vez que nos vimos, de longe.

No domingo de Páscoa esse carinho e um pedaço de chocolate dará o alento e a doçura necessária.

As Meninas da Vela

Definitivamente, sonho acontece em qualquer momento, e, quando envolve alegria e beleza, ele vai vento afora.

É bonito ver desabrochar aquela iniciativa que contém um acalantado projeto de vida. Se torna mais desafiante e incrível colocar em prática esse projeto no meio de uma pandemia.

A Dani (@danifantoniazzi) e a Tatá (@tatamott) se lançaram ao mar, mais uma vez, para criar o projeto meninas da vela (@meninasdavela).

Essas duas comandantes chegaram para inspirar e proporcionar uma nova experiência no mundo das viagens, em especial na Baía de Todos os Santos, com seus recantos tão especiais.

Elas resolveram levar a experiência da navegação para outras mulheres, que gostariam de conhecer o desafio da vela e se deliciar ao navegar mar afora.

Com a segurança de quem conhece as velas e o mar há anos, elas levam outras mulheres para conhecer paisagens maravilhosas e se reenergizar em meio as águas salgadas, respirar e encher o olhar de vida.

Ao comemorar o seu aniversário no mar, Lilian (@lilianvilasanti), experiente agente de turismo (@terraemarviagens), que viajou o mundo inteiro, foi a primeira a abraçar o projeto meninas da vela. Ficou encantada com a inusitada e belíssima experiência de vela e mergulho.

Não há fronteiras para as mulheres pós50. Rompemos as barreiras adentrando novos mares.

Que tal subir a bordo para novos desafios?! As @meninasdavela te esperam em Salvador.