14 de Abril

Metaforicamente, foi um dia de puxar meu espírito pelos cabelos, buscando trazer para fora a minha força interior, a coragem para viver esses dias tão difíceis, onde falta sensibilidade, empatia e humanidade.

Há um ano, dentro de 46 m², vivo minha solitude plena, com confiança, que, agora, tem se esvaído, diante a trágica realidade brasileira.

A realidade que se impõe é excessivamente dura.

Deus permita que possamos atravessar essa tempestade e recuperar sentimentos de humanidade, olhar para o lado e enxergar um irmão, não um inimigo.

Que ao aportar em águas mais tranquilas, tenhamos ao lado nossos queridos e amados e nossa integridade. Que meus cabelos brancos, de bons dias vividos, resgatem, em mim, a minha esperança.

Querido diário – eu não quero perder a esperança

O meu marido às vezes pede, que nos finais de semana, eu não acesse os canais políticos, ele sabe da minha constante preocupação, com o nosso país e o nosso povo brasileiro, muitas noites perco o sono, mas eu não consigo, está em mim acompanhar a política o tempo todo, é de família e de profissão.

Ele sabe o quanto o crescimento do feminicídio, das pessoas desamparadas, as agressões aos LGBTs, ao meio ambiente, aos mais pobres, aos indígenas, aos pequenos agricultores, a educação, a saúde, com tantas agressões a tudo e a todos, eu devo estar esquecendo alguma área aqui, me desestabilizam.

Difícil manter a esperança, querido diário, quando vejo que este desgoverno ainda tem tanto apoio, é desumano!

Ser a resistência nessas horas nefastas traz uma dupla responsabilidade, conosco e com os outros. Você sabe que não pode parar, que não pode se abater, que não pode deixar pra lá, em nenhum momento, em nenhuma hora.

O cansaço emocional chega, nos abala, nessa hora precisamos nos afastar temporariamente, para renovar as energias e voltar a defesa inquestionável dos valores humanos.

Quando vejo a declaração do Candido Bracher, presidente do banco Itaú Unibanco, confesso que perco parte da esperança no ser humano: “As reformas deixam o Brasil em uma situação tão boa como eu nunca vi em minha carreira”.

Boa para quem querido diário?! Para os quase 13 milhões de desempregados, para as pessoas que estão morrendo de frio nas ruas, para os desabrigados em número crescente, dormindo embaixo das marquises, para a fome que voltou ao Brasil, o país está bom para quem?!

Está bom para quem investe em bancos, bolsa de valores, que vivem do capital pelo capital. Esses realmente comemoram.

Ai lembro da propaganda dos Médicos sem fronteiras, que fala: “podemos ser violentos, insensíveis, cruéis, egoístas, indiferentes, mas só quem pode salvar a vida de um ser humano é outro ser humano.” Aí eu respiro fundo e penso que um de nós pode salvar o outro.

Todos os dias recomeçamos, porque somos a #resistência!

Ariano Suassuna – também acredito!

Não sou nem otimista, nem pessimista. Os otimistas são ingênuos, e os pessimistas amargos. Sou um realista esperançoso. Sou um homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo. Sonho com o dia em que o sol de Deus vai espalhar justiça pelo mundo todo.

(Ariano Suassuna)

Esperança – setembro amarelo

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O mês de setembro é o mês de prevenção ao suicídio, é o setembro amarelo.

A depressão é muito triste e mata mais do que nós podemos imaginar.

Pretendo sempre aqui no blog tratar desse assunto, para que as pessoas tenham consciência e possam procurar ajuda, ter a ajuda que necessitam.

Não fique alheio a uma tristeza constante, se ela se estabelecer por muito tempo procure ajuda profissional.

Saiba que você não está sozinho, sempre existe uma mão estendida que pode lhe auxiliar. Se a coisa apertar, procure um Centro de Valorização da Vida (CVV), ou a CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) .

Se cuide, se ajude!

Vou deixar aqui contatos de ajuda:

Telefone do CVV –  141

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