Sempre que eu estou em Pelotas avalio o passado e o futuro, pelas condições do meu presente. Percebo a situação em que se encontra a minha mãe, já esquecida de si mesma.
Quase uma criança, feliz com a festa de aniversário, os olhos brilhando pelas pessoas cantando parabéns, na frente de um bolo.
Penso na minha própria caminhada para a velhice. Os esquecimentos, as lembranças, as pessoas que encontrei em minha trajetória, o sentido de minha própria passagem por esta vida.
Envelhecer não é fácil, existe uma luta diária contra as dores e aflições da alma e do corpo. Este último não acompanha a velocidade dos nossos pensamentos.
Ao ver a minha mãe então velhinha e tão esquecida reflito, o quanto e até onde viveremos bem.
Também assisti a tristeza e o esforço da minha cunhada frente a velhice da sua cachorrinha, que ela e o meu irmão, já falecido, criaram com tanto amor. Com quase 18 foi praticamente impossível mais um ano, assim que viajei ela morreu. Triste!
O ciclos vão se esgotando. Existe toda uma nostalgia vivenciada na tentativa de proporcionar pequenas alegrias a quem agora depende de nós, porque não têm mais forças para dar continuidade a própria trajetória de vida.
Este texto é no mínimo estranho por falar da quase morte. Todos sabemos que caminhamos para lá, mas o quanto estamos preparados para fecharmos o nosso próprio ciclo?!
Dias alegre e tristes, esses dois sentimentos convivem lado a lado, em todas as horas.
Precisamos aprender a envelhecer, porque essa sapiência é uma arte que podemos ou não vivenciar com dignidade.
Republicou isso em pós 50e comentado:
Voltarei a Pelotas agora em maio e é impressionante como tudo isso volta a mente nas minhas viagens a minha cidade, ,sempre que vou para lá.
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