Quero falar de um mundo de cores, flores e amores. Quero falar do meu pai.
Hoje é o seu aniversário de nascimento e festejo também o que nos une, os jardins, as plantas, as flores.
Meu pai era caprichoso, ao formar seu jardim tinha esmero e acuidade.
Fazia canteiros lindos, tudo era organizado, incrível. Em volta de cada planta maior ou roseira, havia um canteiro, de cores e alturas para destacar a flor principal, o botão de rosa, o Pessegueiro de Jardim. Dando um fino acabamento aos canteiros, os Álissos brancos.

As árvores e arbustos eram pintados com cal, os caules brancos destacavam a beleza do todo.
No nosso jardim tinha todas as cores de rosas, a que gravei, pele de moça bonita. Começava champanhe, ía mudando de cor até a borda rosa.

Amava o que fazia, cuidava com carinho, trazia sementes de Holambra, lembro dos ninhos que acomodavam as sementes, as batatas e as mudas.
Ele me ensinou o nomes de flores, pouco conhecidas e acho isso adorável. Me levava em casa canteiro apresentando: Rosa, Cravo, Strelitzia Regina, Amarilis, Dália, boca de leão, amor perfeito, Lírio, Palas, Violeta, Hortênsia, Gazânia, Narciso, Antúrio, Papoula, Onze-horas, Gérbera, Margarida, Lisianto, Orquídea, Íris, Petúnia, Alamanda, Copo de leite, Petúnia, Capuchinha, Chuva de Ouro, Príncipe Negro, Pessegueiro de Jardim, Gladíolo, uma infinidade. Essas que lembrei, há muito mais.

Na minha infância desenvolvi uma das minhas características de assinatura, apreciação da beleza. Vivia num mundo que, do micro ao macro, tudo era observado, destacado e contemplado.
Durante 10 anos fui privilegiada com a sua convivência, sabedoria e reverência a natureza, ele enriqueceu a minha vida.