Cida, minha íntima

Lá eu no meio do campo, minha vaca no pasto, já tinha deitado e desistido do parto, cansada, sua bezerra era grande demais para ela.

Esse foi o dia que eu resolvi fazer um parto, numa vaca, porque era isso ou a morte dela e da bezerra, não queria desistir de nenhuma delas.

Nunca tinha feito parto, só achei que podia e iria conseguir.

Talvez você não conheça o seu potencial e sequer outras pessoas saibam daquilo que você é capaz, mas entenda, muitas, inúmeras vezes, você é, até mais.

Se eu não tivesse acudido aquela vaca, ela não estaria neste mundo.

Meus filhos buscaram a pilha de panos de chão, que eu comprei num sinal. Parto é escorregadio.

A terneira, ou bezerrinha estava virada, ía nascer pelas patas traseiras.
Medo, era um pouco mais difícil, mas não impossível.

Vocês já assistiram à um parto? Eu já, mas humano, agradeci por isso, usei algumas manobras que eu havia visto.
Então, sem maiores detalhes…

A Aparecida, chegou, num dia 12 de outubro.

“Prazer, Cida para a humana Adriana, minha íntima, que me salvou.”

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