Entrei na contramão

Entrei na contramão

Na conversa

A paralela se tornou transversal

Foi um beco sem saída…

Eu corri e morri na BR 3

Das relações

Atravessei a faixa da vida

Decepção, susto,

No meu rolimã desgovernado

Desci o declive dos sentimentos

Me estabaquei no meio da rua

Em pleno farol vermelho.

Vi um PARE, parei

Após tantas placas e sinais, refleti

Dei a preferência à razão

Fiz uma conversão radical

Segui em frente

No momento,

Estou subindo a ladeira da Esperança.

Poesia AdrianaFetter

Comida conforto

Foto por Sultan Ali em Pexels.com

Existem comidas que por mais que eu saiba a receita jamais conseguirei reproduzir novamente. Sinto saudade delas, muita, tem particularidades no fazer, o fogão a lenha, uma panela que dava uma queimadinha leve, a forma de lata de óleo antiga, tudo acrescentava sabor único, sabor que o tempo se encarregou de levar embora. Sem repetição… Waffles feitos numa forma de ferro, assados direto no fogo a lenha, cada um dos buraquinhos tinha um dedo de fundura, em cada furo uma generosa porção de geléia, doce de leite ou nata, a gosto do freguês, waffles com gosto de vó. O mingau feito em uma leiteira de aço inoxidável, naquele tempo em que queimava, então tinha que mexer rápido, mas ainda ficava com um queimadinho bom. Esse tinha gosto de mãe, a minha nunca gostou de cozinhar, mas fazia mingau na minha infância, até hoje é a minha comida de conforto, um bom mingau. O lagarto assado lentamente no forno, recheado de toicinho, macio e suculento, acompanhado de macarrão com molho de tomate, gosto de pai, que cozinhava as vezes, ainda guardo esses sabores comigo. Assim são as lembranças das comidas que trazemos conosco, os aromas, cheiros, cheios de recordações. E você, qual é a sua comida de conforto, aquela que além de agradar o coração também aquece a alma?!

Oficina Escrever sem medo: minicontos de verão, por Janaisa Viscardi

Iniciamos a oficina, fazendo uma escrita de cinco linhas, sobre quem somos. Fiz aquele basicão da escola prática, mulher, mãe, avó, casada, formada etc. etc. etc.

Ao final, da primeira parte da oficina, fiquei com o exercício de refazer essas linhas, de uma outra forma, que me representasse, então, aqui embaixo, está posto.

Professora de formação, exploradora por profissão, estudante, eterna, por opção, do fim até o começo.

Mulher mãe e avó, é amor de montão!

Vê beleza mundo afora, seja no micro ou macro cosmos.

Nascida em Pelotas, escolheu Brasília como morada.

Quando acorda dá bom dia ao mundo, aos céus e a natureza, com café, com certeza.

Pós-cinquentou em conteúdo digital, abraça o mundo, por querência e gratidão.

Guerreira, com a autoimunidade, tendo o humor como arma, tira de letra as lutas e batalhas.

61 anos de pura inspiração, tem olhar meigo e perspectiva jacobina.

É muralha, resistência, porto seguro, recheio de puro sentimento, em vastos amplexos.