Querido diário – o mito, a demência e as trevas

Eu tenho uma página no Facebook, onde eu não coloco absolutamente nada de política, porque eu ainda respeito as pessoas que votaram nessa criatura, que temos com o presidente, porque eu sempre respeitei a democracia.

Também porque acho que, momentos de otimismo e de alívio mental, são benéficos, bem-vindos é necessários, na atual conjuntura.

Vez ou outra algum leitor percebe que sou de esquerda e vem criticar a minha posição, apesar do meu respeito aos meus curtidores sobre política. Deixo passar.

A minha opção política é inclusiva. Não consigo viver sem olhar para os lados. O meu projeto de vida sempre foi para mim e para os outros, não entendo o dinheiro pelo dinheiro.

Mas quando se vê a democracia ser atacada, por um demente, que foi colocado como uma criatura útil, para que as elites do atraso, no Brasil, pudessem fazer as reformas econômica, ao seu bel prazer, desconstruindo anos de conquistas de políticas sociais, me dá um desespero.

É uma afronta ao estado democrático de direito, todos os dias.

Nunca vi tanta gente desabrigada na rua, como neste inverno. A violência expondo seus percentuais crescentes.

Está doendo viver neste Brasil desumano, hipócrita, devastador, desrespeitoso, indigno e injusto.

Querido diário não tenho e nunca tive político de estimação, mas aqueles que colocavam o dedo na nossa cara e que ainda colocam, eles tem!

Defendem um absurdo atrás de outro absurdo, que essa criatura, que se diz presidente, faz e ainda gritam, mito!

Nepotismo normal, agressão normal, falta de educação normal, demência normal, preguiça normal! Normalizaram inimagináveis atitudes, a falta de ética e a falta de humanidade.

Quero crer querido diário, que essa fase de trevas no Brasil irá passar, mas não sei e tenho medo do que irá restar.

A fotografia do quadro não está das melhores, a fiz no Museu de Arte Contemporânea – MAC, em São Paulo, porque ali enxerguei o Brasil atual, o nome: A bestialidade avança.

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Encontro e respeito

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Escrevi um texto sobre bullying, publico amanhã,  e aconteceu uma enorme coincidência, por acaso a televisão ligada ao aleatoriamente, acabou no programa Encontro, da Fátima Bernardes, e lá estavam duas pessoas que admiro muito, o Padre Fabio de Melo e o filósofo Leandro Karnal, falando sobre a aceitação das diferenças.

Nunca vejo a Globo gente! Prefiro outros canais, mas foi especial.  Marieta Severo ali também, para falar de um novo papel, na novela onde será mãe de uma filha portadora de nanismo, papel de Juliana Caldas, presente ao programa para dar o seu depoimento de experiência de vida.

Fernanda Takai, cantando uma de minhas músicas prediletas, triste, mas linda, I Don’t Want To Talk About It, por sinal, interpretação lindíssima! Um afago…

Que bom que o universo me proporcionou essa linda coincidência.

Num segundo momento do programa, o Padre Fabio de Melo e o filósofo Leandro Karnal, o primeiro cristão e o segundo ateu, trocaram idéias sobre respeito, aceitação e ética, tudo o que estamos precisando atualmente, a partir do livro: “Crer ou não Crer: Uma conversa sem rodeios entre um historiador ateu e um padre católico”, escrito por ambos. Vou comprar e ler, respeito é pouco o que sinto por esses dois caras.

Conviver com a diferença e a diversidade é o que temos de aprender todos os dias com amor, respeito, ética e dignidade!

Só posso agradecer aos céus pela oportunidade de assistir!

Para quem quiser acompanhar a letra da música aqui tem a tradução:

 I Don’t Want To Talk About It

Eu Não Quero Conversar Sobre Isso

Eu posso dizer pelos seus olhos
Que você provavelmente esteve sempre chorando
E as estrelas no céu não significam nada
Para você, elas são um espelho.

Eu não quero conversar sobre isso
Sobre como você partiu meu coração
Se eu ficar aqui apenas um pouquinho mais
Se eu ficar, você não ouvirá meu coração?
Oh, meu coração

Se eu permanecer completamente sozinho
Irão as sombras esconder as cores do meu coração?
Azul para as lágrimas, preta para os medos noturnos
As estrelas no céu não significam nada para você
Elas são um espelho

Eu não quero conversar sobre isso,
O modo como você partiu meu coração.
Mas se eu ficar aqui apenas um pouquinho mais
Se eu ficar aqui, você não ouvirá meu coração?
Oh, meu coração