Eu tenho um pensamento super ativo e parece, muitas vezes, difícil abordar determinados assuntos, porque eles me pipocam contraditoriamente.
E o mundo está cheio de convicções, não existe abertura para o contraditório.
Minha mente desafia as minhas próprias ideias, colocando uma incerteza e autocrítica constantes em mim.
Além disso, estamos numa época de censura alheia e opiniões agressivas. Isso me tira completamente a vontade de dialogar sobre o contraditório. Apesar de achar isso absurdamente saudável, a troca de ideias, soma em aprendizado.
Tem uma frase, que ouço sempre, que a verdade é individual e a perspectiva sobre os fatos também é.
Coloque três pessoas, que assistiram a mesma coisa, peçam para elas narrarem o que viram, você terá três histórias diferentes.
É necessário respeito às pessoas e às suas ideias.
Nós somos um caldo de cultura, valores e vivências. Tentar desmerecer o outro é um demérito para quem o faz.
Algumas coisas me afastam das pessoas, uma delas é a desonestidade. Aqui entra também a falta de caráter.
Me chama atenção, atualmente, a falta de autocrítica das pessoas e a sua desonestidade ética.
Têm a pretensão de impor aos outros uma moral que elas mesmo não tem.
Estamos criando uma geração egoísta, egocêntrica e sem empatia. Onde o que é certo é o que é melhor para mim. 
Como dialogar se cada um só olha o próprio umbigo?! Não há diálogo no isolamento.
Boa parte dos filhos de classe média convive com pais verbalmente agressivos nas mídias sociais, isolados em suas tecnologias, lhes dando míseros minutos de atenção.
Tem também os filhos da própria sorte, porque, para colocar comida na mesa, seus pais (boa parte só as mães) comprometem praticamente todas as horas do dia.
Os filhos dos mais abastados são preparados social e educacionalmente para mandar nos dois primeiros. Aprendem tudo para manter o status quo.
O abismo social se aprofunda.
E, assim, segue a vida, cheia de convicções, pouca autocrítica, falso moralismo, muita miséria humana, pouquíssima empatia. E eu fervilhante em pensamentos analíticos.
Se importar com os outros não está na moda…