2019 – luto…

Quantas vezes ainda vamos chorar este ano?!

Triste em ver tantas pessoas morrendo por crimes, tragédias, e exploração, desde o início de 2019.

No início foram 33 mulheres mortas por feminicídio, em 11 dias; depois veio Brumadinho; Sabrina Bittencourt; ontem as chuvas no Rio e hoje a tristeza dos meninos do Flamengo.

O sonho de ser um jogador, de tantos meninos promissores, convocados, se encerrou hoje.

Que Deus acolha em seus braços os que se foram e carregue cada pessoa, que aqui ficou sofrendo, na palma da sua mão.

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A #Vale roubou vidas, me roubou #Inhotim

© Foto de Fernando Rabelo. No alto, a Ferrous Esperança Mineradora extrai o minério, ao lado do Instituto Inhotim. Brumadinho, 2014. Revendo meus arquivos pessoais encontrei esta foto de Instituto Inhotim, quando sobrevoei de ultraleve a região de Brumadinho para realização do meu livro “Cores e Luzes de Belo Horizonte”. Na foto vemos a área do maior museu aberto do mundo. O que poucos sabem é que a Ferrous Esperança Mineradora explora o minério sem cessar, bem ao lado de Inhotim.

Brumadinho chora! Neste primeiro momento todas as nossas orações são pelas vítimas mortas. Vítimas da Vale.

Nossas lágrimas brotam também pelo crime ambiental do rompimento da barragem do feijão.

A Vale roubou vidas, roubou a natureza, está roubando o maior Museu ao ar livre do mundo, Inhotim, que não sabe como vai sobreviver.

As mineradoras mineiras só se importam com os lucros, desconsideram pessoas, consideram valores materiais e numéricos e, assim, vão historicamente ignorando tudo o que diz respeito a sobrevivência da natureza e dos humanos.

Eu iria visitar Inhotim, em julho próximo, presente de aniversário da minha filha, viagem em família.

Assisti, nesta semana, documentário sobre o Rio doce e as consequências do rompimento da barragem de Mariana para população e para o meio ambiente. Existem consequências, a longo prazo, que não estão sendo consideradas.

Em Mariana e em todo percurso do Rio Doce, além das perdas naturais e humanas, com o passar do tempo, pela água parada, chegou a dengue e chikungunya, quem de nós soube disso?!

A população adoeceu. Várias pessoas que passaram pela tragédia hoje tem depressão, doenças pulmonares, são inúmeras as consequências humanas.

Eu tenho uma saúde frágil, há muitos anos. Conhecer o Inhotim era um sonho antigo, que agora está inviabilizado. A Vale me roubou o sonho.

Mas, perto de todo sofrimento das pessoas que hoje choram os seus mortos, o meu sonho não é nada. Brumadinho chora!

Sobre a foto utilizada neste texto
© Foto de Fernando Rabelo. No alto, a Ferrous Esperança Mineradora extrai o minério, ao lado do Instituto Inhotim. Brumadinho, 2014.Revendo meus arquivos pessoais encontrei esta foto de Instituto Inhotim, quando sobrevoei de ultraleve a região de Brumadinho para realização do meu livro “Cores e Luzes de Belo Horizonte”. Na foto vemos a área do maior museu aberto do mundo. O que poucos sabem é que a Ferrous Esperança Mineradora explora o minério sem cessar, bem ao lado de Inhotim.

Crime ambiental, agora #Brumadinho

Este ano a minha filha me ofereceu, como presente de aniversário, uma viagem, faríamos, eu, ela e minha neta, em julho. Pediu que eu escolhesse o lugar.

Eu escolhi Inhotim. Perguntei se ela se importaria de repetir o passeio, já que ela já conhecia e eu não. Ela ficou feliz com a escolha.

Agora vendo o rompimento da barragem de Brumadinho e Inhotim sendo fechado, por precaução e segurança, me sinto absolutamente triste, por este Brasil que não aprendeu nada com Mariana.

Nosso país não cuida de nada, nem do seus filhos, nem do seu ambiente.

Ficou comprovado que, para a Vale, o importante é o dinheiro, lixem-se as pessoas. Onde ganhar é mais importante do que a vida dos brasileiros.

Não se sabe ainda quais os rejeitos que foram despejados na natureza, levando casas, estradas e vidas.

Apesar das pessoas dizerem que é uma tragédia, eu digo que é um crime, um crime premeditado.

Até quando Brasil?!