O livro da minha vida


Cada pessoa carrega crônicas únicas, momentos que somados formam histórias cheias de sentido.

Ser feliz é uma escolha pessoal, viver cada instante, não ficar presa no passado, nem tentar antecipar o futuro.

A minha tem sido tentar melhorar a cada dia, superar o ontem e abraçar quem eu sou hoje.

Nem sempre é fácil, mas busco viver de forma que, ao olhar para trás, eu não queira mudar nada — porque fui o melhor de mim em cada instante.

Sou grata pelas dificuldades, pois me fizeram crescer. O que me sustentou foram os laços de carinho e a consciência de que agi com a maturidade possível em cada fase.

Minhas decisões me definem. Reinvento-me sempre, celebro minhas alegrias e sigo em frente com leveza.

A vida pode ser um encanto — desde que a gente sonhe, realize e esteja aberta às possibilidades. 


Encare os desafios com sabedoria, mantenha o equilíbrio, e nunca deixe de acreditar em si.

AdrianaFetter

Oficina Escrever sem medo: minicontos de verão, por Janaisa Viscardi

Iniciamos a oficina, fazendo uma escrita de cinco linhas, sobre quem somos. Fiz aquele basicão da escola prática, mulher, mãe, avó, casada, formada etc. etc. etc.

Ao final, da primeira parte da oficina, fiquei com o exercício de refazer essas linhas, de uma outra forma, que me representasse, então, aqui embaixo, está posto.

Professora de formação, exploradora por profissão, estudante, eterna, por opção, do fim até o começo.

Mulher mãe e avó, é amor de montão!

Vê beleza mundo afora, seja no micro ou macro cosmos.

Nascida em Pelotas, escolheu Brasília como morada.

Quando acorda dá bom dia ao mundo, aos céus e a natureza, com café, com certeza.

Pós-cinquentou em conteúdo digital, abraça o mundo, por querência e gratidão.

Guerreira, com a autoimunidade, tendo o humor como arma, tira de letra as lutas e batalhas.

61 anos de pura inspiração, tem olhar meigo e perspectiva jacobina.

É muralha, resistência, porto seguro, recheio de puro sentimento, em vastos amplexos.

Eu

Tá vendo a minha foto?! Ela tem uma missão aqui neste texto, mostrar que, apesar das circunstâncias, uma condição acessória em sua vida, existem motivos para sorrir.

Li Pollyanna e seu jogo do contente, na infância, aprendi que em qualquer situação, vou conseguir encontrar um motivo para ser feliz, virou um propósito de vida.

Estou sem qualquer maquiagem na foto, filtro automático sim. Não posso usar nada que tenha tinta, então tive que me amar literalmente nua e crua, todos os dias de olheiras, cabelo branco, e sabe o que?! Eu realmente me amo!

Separo boa parte do dia cuidando de mim. O meu corpo, esse parceiro de vida, exige de mim muita atenção. Ele tem epilepsia, síndrome metabólica, síndrome de sjögren (dizem doença autoimune rara), tem inúmeras alergias, dores reumáticas, enfim é um sacana!

E eu?! Sigo bela, feliz e faceira, porque nada me impede de ser eu mesma, ter autoestima, viver cada dia, todos os dias. Meu corpo é minha circunstância, vivo nele, sou muito mais do que ele.

Decidi ser feliz, foi uma decisão de vida! Sou grata por toda situação, em que tive de me superar, amadurecer, para chegar até aqui.

Meu corpo não me define! Eu sou Adriana Fetter, minhas decisões de vida e compreensão dela me definem, vou me reinventar em cada fase necessária, em cada momento de evolução.

Quem somos nós (AF)

Quem somos nós?

Somos pai e mãe

Somos corpos esgotados

Inspirados por uma sensibilidade comum

De que o porvir não importa

O hoje sou eu, és tu, somos nós

O amanhã talvez…

Em um quarto de nós

Desarrumadamente febril

As mentes se confundindo

Os corpos se entendendo

Na longitude, latitude,

Na transversalidade

Que é o que nos cabe

Temos lugar

Em nós mentais

Que vamos desatar

Por nós!

Poesia de Adrianafetter

Ninguém somos

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Vazio no olhar

Que penetra o nada

Sem nada a fazer

No deserto do foco

Que nada mira

Só mira o nada

Do foco intestinal da emoção

Perdida em pensamento

Vagando na imensidão

Do só, do eu, do tu

E quando somos nós

Ninguém somos

Porque perdemos o nosso eu

E quando somos eu

Ninguém somos

Porque queremos o nós compartilhar

E seguimos, sempre, só, nós … (AF)

Turbilhão (AF)

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Não quero essa saudade invasiva

Inexplicável, resoluta, inquietante,

Buscando em mim outro ser que não domino.

Quero de volta minha racionalidade

Inteira, absoluta

Acalmando meu corpo que deixaste latente

Espero absorver o impacto de tua passagem

Instigante, diferente

De tudo que sou, de tudo que fui

Pra retornar o eu de amanhã

Já não há volta

Há contornos, flashes

Arrepios no corpo

Frios na alma

Quem sou eu agora?

E você?

O que faz você?

Repete minha mente

Sou um pouco de você

Sou muito de mim

Sou um meio nós de amanhã.

Amanhã um novo começo.

poesia Adrianafetter (AF – 2007)