Autoimune, os nossos perrengues explicados por um especialista, Dr. Caio Zanetti, e por mim.

Ou amig♡ de auto imune

Vou tentar explicar, minimamente, o que acontece, que muitas vezes é interpretado de maneira equivocada.

Por favor, às pessoas da área da saúde, aqui é uma explicação básica e leiga, sem qualquer perspectiva de desenvolvimento técnico-científico.

Aquilo que nos acomete ou pode acometer, poucas, ou algumas vezes, ou seguidamente:

  • doenças das mais variadas, pela maluquice do corpo autoimune, que combate a si mesmo;
  • fadiga, que não é cansaço, muito menos preguiça, é o resultado de uma luta incansável do nosso corpo, que luta contra ele mesmo, com um inimigo externo.

A doença de Sjögren, minha autoimunidade, acomete as glândulas exócrinas.

As mais conhecidas e “visíveis, as responsáveis pelas lágrimas e saliva. As invisíveis, lubrificação das articulações, as responsáveis pela digestão… muitas outras, muitas mesmo, tudo o que fabrica algum líquido para o corpo funcionar.

Muitos órgãos acometidos: a pele resseca, racha, perde proteção (alergias), o nariz sem lubrificação (rinite, sinusite…); a garganta seca (amigdalite, faringite, laringite); infecções das vias aéreas superiores; pulmões “ressecados” inflamam, criam nódulos, “cicatrizam”; pâncreas, diminue as enzimas, amilase (digestão dos carboidratos), lipase (digestão das gorduras), tripsina( digestão das proteínas), insulina (digestão dos açúcares); fígado, bloqueio dos dutos biliares, hesteatose, cálculos na vesícula, hepatite autoimune; ainda temos, estômago, intestinos, rins, órgãos reprodutores.

Outras complicações podem incluir artrite, problemas oculares e perda da visão, problemas dentários, dores crônicas, neuropatias, problemas de sono, apneia, cálculos renais, doença renal, depressão e ansiedade, risco aumentado de câncer… dentre outros mais.

Deu pra imaginar o número de especialistas que temos que consultar ao longo da vida?! E os exames?!

O diagnóstico é difícil, confuso ou nunca acontecer.

Difícil, já cheguei a ter 16 especialistas.

Esclarecendo que, nem todo autoimune de sjögren tem ou é afetados em todos esses órgãos. As vezes em um, ou 2, outras em muitos.

A fadiga, sei que é difícil nos entender, porque não é cansaço, pode ocorrer por pouco ou muito tempo. Se o autoimune dormir não passa, se passar uma tarde inteira em frente a televisão, quieto, também não passa. São, horas ou dias e dias querendo apenas ficar num canto, para recuperar a energia perdida.

Família, colegas, amig♡s querid♡s não abandonamos vocês, continuam sendo amad♡s. A exaustão tomou conta e estamos tentando voltar a rotina e ao contato com quem amamos. O recolhimento faz parte.

O que pedimos a vocês: acolhimento, compreensão e respeito.

Querido diário – há vida nas cavernas?!

Voltem para as cavernas, aliás, nem deveriam ter saído de lá, não precisávamos assistir a escrotidão das suas perversidades.

Voltem para as cavernas, porque nós precisamos da humanidade de quem nos cuida, de quem está lutando pelas nossas vidas.

Vocês que só pensam no dinheiro, na bolsa, nos ativos, nas commodities, em ter, em possuir, em deter, em explorar, que fixam suas vidas no capital, voltem para as cavernas!

São tempos de humanidade, de solidariedade, de afeto, de empatia, de resiliência, de respeito, vocês não estão à altura desses tempos, voltem para as cavernas.

Não é tempo de especular, abusar, humilhar, menosprezar, voltem para as cavernas.

É tempo de cuidar, vocês não sabem o que é isso, voltem para as cavernas.

Vocês que soltaram a sua desenfreada bestialidade e arrogância, voltem para as cavernas.

Não estou falando das cavernas de pedras, da natureza, onde os primeiros humanos se refugiaram, como também os animais. 

Estou falando da caverna escura, inabitável, profunda, buraco soturno, onde se escondeu cada alma de vocês.

Voltem para as cavernas, nos deixem viver!

Convicções

Eu tenho um pensamento super ativo e parece, muitas vezes, difícil abordar determinados assuntos, porque eles me pipocam contraditoriamente.

E o mundo está cheio de convicções, não existe abertura para o contraditório.

Minha mente desafia as minhas próprias ideias, colocando uma incerteza e autocrítica constantes em mim.

Além disso, estamos numa época de censura alheia e opiniões agressivas. Isso me tira completamente a vontade de dialogar sobre o contraditório. Apesar de achar isso absurdamente saudável, a troca de ideias, soma em aprendizado.

Tem uma frase, que ouço sempre, que a verdade é individual e a perspectiva sobre os fatos também é.

Coloque três pessoas, que assistiram a mesma coisa, peçam para elas narrarem o que viram, você terá três histórias diferentes.

É necessário respeito às pessoas e às suas ideias.

Nós somos um caldo de cultura, valores e vivências. Tentar desmerecer o outro é um demérito para quem o faz.

Algumas coisas me afastam das pessoas, uma delas é a desonestidade. Aqui entra também a falta de caráter.

Me chama atenção, atualmente, a falta de autocrítica das pessoas e a sua desonestidade ética.

Têm a pretensão de impor aos outros uma moral que elas mesmo não tem.

Estamos criando uma geração egoísta, egocêntrica e sem empatia. Onde o que é certo é o que é melhor para mim. 

Como dialogar se cada um só olha o próprio umbigo?! Não há diálogo no isolamento.

Boa parte dos filhos de classe média convive com pais verbalmente agressivos nas mídias sociais, isolados em suas tecnologias, lhes dando míseros minutos de atenção.

Tem também os filhos da própria sorte, porque, para colocar comida na mesa, seus pais (boa parte só as mães) comprometem praticamente todas as horas do dia.

Os filhos dos mais abastados são preparados social e educacionalmente para mandar nos dois primeiros. Aprendem tudo para manter o status quo.

O abismo social se aprofunda.

E, assim, segue a vida, cheia de convicções, pouca autocrítica, falso moralismo, muita miséria humana, pouquíssima empatia. E eu fervilhante em pensamentos analíticos.

Se importar com os outros não está na moda…

Ruínas de Preconceito

Rute pegava o metrô todos os dias. Ia cedo para o trabalho, nem sempre conseguia entrar no vagão exclusivo para as mulheres. Às vezes cheio demais, outras vezes ele já estava parado lá embaixo, na descida das escadas. Tinha que correr e entrar na primeira porta do vagão.

Via muitas colegas reclamarem do assédio nos transportes. Nunca tinha visto nada. Então, na sua cabeça, já tinha um pensamento pronto: “Deve ser a roupa ou os modos delas. Por isso venho sempre vestida como mulher de respeito, ninguém me incomoda.” Nem dava ouvidos. Afinal, a culpa era delas que não se davam ao respeito. Ela tinha sido muito bem educada. Na igreja, todos elogiavam sua seriedade.

Ouvia, vez em quando, maledicências na sua paróquia. Algumas famílias tinham se mudado, falaram que o padre não era sério. Como assim?! Até nome de santo ele tinha! Padre Antônio, era caridoso, ensaiava o coral de meninos, que tratava com muito carinho. Do pastor da igreja da Dona Cida também tinha comentários, de desvio de dinheiro e envolvimento com mulheres do Bairro. Para Rute era muita maldade dessa gente, ficar falando desses homens escolhidos para pregar a palavra de Deus.

Na segunda-feira, se atrasou. Cinco minutos, mas o metrô não espera. Correu, passou seu cartão na catraca, desceu a escada rolante pedindo licença, se lamentando: “Como fui deixar isso acontecer?! O chefe não gosta de atraso… Tá certo que ele chega bem depois, mas liga só para saber se já cheguei, diz que é para dar bom dia, é uma gentileza… e eu atrasada.”

Nem sabe como conseguiu entrar no vagão. Lotado. As portas fecharam com um estalo seco. Na sua frente, um senhor muito distinto, barbeado, impecável no terno, sorriu: “Bom dia!”. Ele também tinha vencido o atraso, parecia feliz. Ao lado, um rapaz de rabo de cavalo, roupas largas e coloridas – exótico, logo pensou. Como essas pessoas conseguem se vestir assim?! Mas o rapaz respondeu ao seu bom dia, educadamente. “Ao menos sabe dar um bom dia.”

O senhor distinto impressionava. Ele se aproximou como se fosse descer na próxima estação. Encostou nela. “Nossa, está muito cheio hoje”, pensou, tentando se acomodar. O senhor não desceu. Continuou encostado, pressionando-a contra a parede fria do vagão. Rute ficou dura. Uma paralisia estranha tomou seu corpo. Não conseguia olhar para os lados, constrangida. Sentiu o calor dele, o tecido grosso do terno contra seu braço. De repente, percebeu um movimento ao seu lado. “Deve estar pegando a carteira”, tentou racionalizar, enquanto uma pontada de desconforto subia pela espinha.

Os movimentos foram ficando ritmados, intensos. Um vai-e-vem estranho, insistente. Rute congelou. O ar faltou. Antes que pudesse reagir, o jovem esquisito se colocou entre os dois, empurrando o homem com força. “Não tem vergonha, não?! Se veste assim pra quê? Pra se esconder enquanto desrespeita uma mulher?!”

Aí ela teve coragem de olhar para baixo. Seu sapato social preto estava encharcado. Uma substância esbranquiçada, gosmenta, escorria pela fivela e manchava a meia-calça. Um cheiro ácido, adocicado, invadiu suas narinas. As lágrimas afloraram, quentes e silenciosas, escorrendo pelo rosto enquanto tremia feito vara verde.

O rapaz voltou-se para ela, a voz mais suave: “Moça, não fique assim. Eu vou te ajudar.” Chamou o guarda do metrô enquanto segurava firme a gola do terno do sujeito, que tentava se esquivar, o rosto antes distinto agora contraído em um ricto de raiva e medo.

O caminho até a delegacia foi um borrão. Rute caminhava como um autômato, guiada pelo rapaz – Tiago, soube depois –, sentindo o peso dos olhares curiosos, o sapato grudando no chão. A vergonha queimava seu rosto. O que está acontecendo? O mundo, sólido e previsível minutos antes, desmoronava. Tinha uma repórter lá, microfone em punho. “Senhora, pode nos contar o que aconteceu?” Rute abriu a boca, mas só saíram sons roucos, sílabas truncadas. Balançou a cabeça, as lágrimas renovadas.

Tiago interveio, calmo mas firme: “Essa moça entrou no metrô, estava lotado. Aquele cidadão, todo engravatado, se masturbou ao lado dela. Sujou os pés e os sapatos dela. É um sem-vergonha, sem caráter. Ela está em choque. Eu vim junto pra dar suporte.”

Rute não entendia mais nada. O senhor distinto era um depravado. O moço esquisito era uma boa alma. A cabeça girava, o chão parecia ceder. Pediu para chamar o marido. Dentro dela, uma culpa aguda latejava: O que eu fiz de errado?

José chegou como um furacão, a cara uma tempestade. Antes mesmo de olhar para ela, cuspiu as palavras: “O que foi que você fez, Rute? Não se dá ao respeito?!” Avançou para cima de Tiago, os punhos cerrados, pronto para acusar o alvo mais óbvio.

Rute encontrou uma voz que não conhecia, rouca mas cortante: “Pára, José! O moço me ajudou tempo todo!”

José estacou, confuso. “Então quem foi o desgraçado, Rute?!”

“Foi esse homem de terno”, ela murmurou, os ombros curvados sob o peso da vergonha e da desilusão.

“O de terno?!” José replicou, incrédulo, apontando para o agressor já algemado. “Não é possível! Ele é um senhor distinto! Quando chegarmos em casa vamos conversar, dona Rute!”

Tiago tentou novamente: “Senhor, ela não tem culpa nenhuma. A única coisa que ela fez foi entrar no vagão do metrô.”

José revirou os olhos, alterado: “Sai daqui, você! Não entende nada. Todo estranho, com esse rabo de cavalo… Deve ser mais um depravado da vida!”

Rute chorou então não só de medo ou vergonha do ocorrido, mas do marido. Dos anos vividos ao lado desse homem que, naquele instante, era um completo estranho. Ele sempre disse que tirou a sorte grande com uma mulher de respeito… As palavras de Tiago, como um fio de lucidez, ecoaram: “Ela não tem culpa nenhuma.”

Tiago, antes de ser empurrado para longe por José, conseguiu deslizar um papel na mão gelada de Rute: “Dona Rute, meu telefone. Se precisar do meu depoimento, estou às suas ordens.”

“Vaza, moleque!”, José rugiu. Virou-se para Rute, o desprezo escorrendo: “Nunca pensei que você fosse me humilhar desse jeito. Que vergonha, meu Deus.”

Em casa, o silêncio era um terceiro personagem, pesado e hostil. Rute só queria apagar aquele dia. Ainda tinha que enfrentar o chefe. Ligou, a voz trêmula: “Dr. Eduardo, aconteceu algo grave… Lhe explico amanhã.” Desligou antes que perguntassem mais.

José explodiu novamente na sala. Rute virou para ele. Os olhos vermelhos, mas secos agora, encontraram os dele. Uma chama fria acendeu dentro dela. “Para de gritar. Eu sou a mesma Rute. Não fiz nada demais. Não sei por que aquele homem fez isso. O Tiago foi um anjo que Deus mandou na hora.”

“Anjo?!”, José bufou. “É um fedelho qualquer, se aproveitando pra aparecer!”

Pela primeira vez, Rute viu José com clareza. E viu a si mesma refletida naquele olhar cheio de preconceito e desconfiança.

Fechou-se no banheiro. A água quente do chuveiro não lavava a sensação de sujeira, nem o cheiro fantasmal que insistia em suas narinas. Vestiu um roupão, fez um chá. Sentou-se à mesa da cozinha, a escuridão lá fora espelhando a que sentia dentro. As histórias das colegas voltaram, nítidas, dolorosas. A da Maria… Lembrou do dia em que Maria chegara ao trabalho com os olhos inchados e um rasgão na blusa. Contara, entre soluços, como um homem tentara arrastá-la para uma rua escura. Conseguira fugir. Desde então, o marido a chamava de “vadia”. O casamento desmoronou. Maria saíra de casa, enfrentando a reprovação dos pais – “Casamento é pra vida inteira!” – e encontrara apoio num grupo de mulheres. Falava de sororidade, de feminismo.

Rute achara tudo bobagem. “Coisa de mulher sem o que fazer”, pensara. Mas via a mudança em Maria, uma força que brotava dela. Rute sempre se calara, ficara na sua.

José não quis deitar na mesma cama. “Durmo no sofá”, anunciou, a voz carregada de acusação. “Coisas assim não acontecem com mulher séria”, resmungou, indo embora. A sentença pairou no ar.

Rute acordou antes do sol. Uma coragem nova, desconhecida, pulsava em suas veias. Encontrou José na cozinha, evitando seu olhar. Parou diante dele.

“José”, disse, a voz clara e estável, surpreendendo-a. “Eu sei quem eu sou. Sei o que faço e o que não faço. Você casou com a mesma mulher que está aqui na sua frente. A mulher que não fez nada para aquele homem, a não ser dar bom dia ao entrar no vagão. Não estou mais te reconhecendo, José. Você não é o homem com quem me casei, que fez os votos na igreja comigo. Acho que você não os entendeu. Então vou repetir: *Prometo amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida, até que a morte nos separe.* Respeito, José. Eu vou trabalhar. Enquanto isso, você decide onde vai dormir hoje à noite.”

A surpresa estampou no rosto de José. Ele engoliu seco, desviou, mais uma vez, os olhos, batendo as mãos inquietas sobre a mesa. Rute virou-se e saiu. Quem era aquela mulher? Gostou de não saber, ainda. Gostou mais ainda do silêncio atônito que deixou para trás.

O caso estava no jornal da TV. Ao chegar no trabalho, o ar mudara. Maria veio correndo, envolveu-a num abraço forte, quente. “Estou contigo, Rute. Pode contar comigo.” Outras colegas se aproximaram, abraçaram-na, murmuraram palavras de apoio. Algumas ficaram distantes, nos cantos, como ela mesma ficara tantas vezes. “Devem estar pensando que mereci”, passou-lhe pela cabeça, mas a dor era menor agora.

Na sua mesa, uma única rosa num copo de água. Um bilhete do chefe: “Bom dia, Rute. Já sabemos. Se quiser conversar, minha porta está aberta. Mas não precisa se explicar. Fique bem.”

O abatimento ainda a tocava, mas agora era contrabalançado por uma onda de alívio. Encontrara no trabalho o apoio que José lhe negara. O abraço que precisava, o afago para a alma machucada.

Na hora do almoço, procurou Maria. “Maria…”, começou, a voz um pouco hesitante, mas os olhos firmes. “Quando tiver a próxima reunião do seu grupo… Eu gostaria de ir. Se puder. E… por enquanto, você pode me explicar o que é esse feminismo que você tanto fala?”

Maria sorriu. Um sorriso triste, compreensivo, cheio de uma luz nova. Apertou a mão de Rute. “Claro que sim, amiga. Claro que sim.”

Dentro de Rute, algo novo nascia, frágil e forte ao mesmo tempo. Não sabia ainda quem era essa mulher que emergia das cinzas. Reconhecia-se cheia de preconceitos que agora lhe pareciam grotescos. O rapaz que julgara pelo visual fora seu anjo da guarda. A colega que desdenhara era seu porto seguro. O chefe que temera era um aliado. E o marido que idolatrara… José ainda era uma interrogação dolorosa.

Seus preceitos mais arraigados ruíam. Junto com eles, caíam os muros altos dos seus preconceitos. Rute começava a desvendar um mundo e uma vida até então desconhecidos. O trabalho seria longo: varrer as velhas ruínas e, tijolo a tijolo, palavra a palavra, reconstruir-se.

Conto de Adrianafetter

Encontro e respeito

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Escrevi um texto sobre bullying, publico amanhã,  e aconteceu uma enorme coincidência, por acaso a televisão ligada ao aleatoriamente, acabou no programa Encontro, da Fátima Bernardes, e lá estavam duas pessoas que admiro muito, o Padre Fabio de Melo e o filósofo Leandro Karnal, falando sobre a aceitação das diferenças.

Nunca vejo a Globo gente! Prefiro outros canais, mas foi especial.  Marieta Severo ali também, para falar de um novo papel, na novela onde será mãe de uma filha portadora de nanismo, papel de Juliana Caldas, presente ao programa para dar o seu depoimento de experiência de vida.

Fernanda Takai, cantando uma de minhas músicas prediletas, triste, mas linda, I Don’t Want To Talk About It, por sinal, interpretação lindíssima! Um afago…

Que bom que o universo me proporcionou essa linda coincidência.

Num segundo momento do programa, o Padre Fabio de Melo e o filósofo Leandro Karnal, o primeiro cristão e o segundo ateu, trocaram idéias sobre respeito, aceitação e ética, tudo o que estamos precisando atualmente, a partir do livro: “Crer ou não Crer: Uma conversa sem rodeios entre um historiador ateu e um padre católico”, escrito por ambos. Vou comprar e ler, respeito é pouco o que sinto por esses dois caras.

Conviver com a diferença e a diversidade é o que temos de aprender todos os dias com amor, respeito, ética e dignidade!

Só posso agradecer aos céus pela oportunidade de assistir!

Para quem quiser acompanhar a letra da música aqui tem a tradução:

 I Don’t Want To Talk About It

Eu Não Quero Conversar Sobre Isso

Eu posso dizer pelos seus olhos
Que você provavelmente esteve sempre chorando
E as estrelas no céu não significam nada
Para você, elas são um espelho.

Eu não quero conversar sobre isso
Sobre como você partiu meu coração
Se eu ficar aqui apenas um pouquinho mais
Se eu ficar, você não ouvirá meu coração?
Oh, meu coração

Se eu permanecer completamente sozinho
Irão as sombras esconder as cores do meu coração?
Azul para as lágrimas, preta para os medos noturnos
As estrelas no céu não significam nada para você
Elas são um espelho

Eu não quero conversar sobre isso,
O modo como você partiu meu coração.
Mas se eu ficar aqui apenas um pouquinho mais
Se eu ficar aqui, você não ouvirá meu coração?
Oh, meu coração

Dia Internacional da paz

É hoje, o dia Internacional da Paz, será que temos realmente como comemorar isso?!

Onde neste mundo está havendo paz?!

Eu não sei responder isso, porque os conflitos pessoais são enormes, as desavenças entre grupos nem se fala.

Em Myanmar uma minoria muçulmana tenta desesperadamente fugir da perseguição e limpeza étnica que o governo impõe. Por quê não conseguimos conviver com as diferenças?!

Tivemos uma forte ameaça no mundo, por Coréia do Norte e Estados Unidos, assistimos os seus governantes se degladiarem, podendo estabelecer uma nova guerra mundial. Agora há uma chance para um armistício finalmente, depois de décadas, seja restabelecida as negociações, com o objetivo de superação do conflito.

Não existe paz na desigualdade, onde existe a fome, onde não há democracia, onde os povos sofrem com os tiranos.

Triste mundo esse nosso onde apontar o dedo para o erro do outro é sempre o início de um novo conflito. Sim, porque sempre apontamos o dedo para o outro e esquecemos de fazer a nossa própria auto crítica, que seria o início do não conflito

Eu gostaria imensamente de falar qualquer outra coisa hoje sobre o dia Mundial da paz, mas nada me ocorre a não ser embates e divergências, exceto as Coréias.

Está na hora de cada humano perceber que o primeiro passo para a paz pressupõe o respeito ao outro e as diferenças.

Você pode discordar sem estabelecer um conflito, sem ser agressivo e sem tentar tripudiar  a opinião do outro.

Olhe para o seu coração e se pergunte se a base na sua discussão está no ódio que você mesmo criou e agora tenta jogar pra fora, inconsequentemente, na verborragia das palavras.

NAMASTÊ!