A magia dos nossos jardins

Lembro da casa em que nasci e de toda a magia que ela sempre incutiu em mim com seus cheiros e cores.

A casa em si era cinza, de cimento penteado, com janelas verdes escuras, tinha um lindo jardim e um pátio de sonhos, cheio de magias, aquelas que as mentes das crianças, ainda intocadas pelo mundo, tem.

Na frente havia uma escada de mármore branco, margeado por outro azul, lindo. Para mim os degraus eram bancos, reconfortantes depois de correr em volta da casa.

O muro tinha desenhos e recortes, era a montanha russa dos meus pés, caminhar sobre ele era uma aventura, cheia de desafios, quanto mais rápido melhor.

O jardim tinha flores de diferentes cores e aromas, na frente, bem no centro, as amarelas fortes, quase um laranja, cabos bem fininhos e altos que desafiavam a gravidade, depois as papoulas vermelhas, de pétalas tão finas e sedosas, me lembravam asas de borboletas.

A grama era entrecortada por pedras de granito. Os quadrados irregulares, faziam os caminhos a serem percorridos.

De um lado sempre bateu mais sol, porque a casa ficava mais para a direita do terreno, não foi centralizada propositadamente, para se fazer a estradinha de granito cortado até o final, onde ficava a garagem.

No muro alto que ladeava havia um roseiral, rosas grandes, rosa claro, saiam de troncos retorcidos, ali tinham uma convivência harmoniosa com as orquídeas, em sua maioria chuva de ouro e  com a hera que recobria o cimento, deixando o cinza verde.

Do outro lado, na parede mais solar, havia um canteiro cavado no solo, cujas laterais possuíam pequenas corredeiras de cimento, que escoavam as chuvas no terreno inclinado, o meu pequeno rio, onde foram depositados muitos barquinhos de papel.

Flores diversas, de muitas cores, tamanhos e variedades faziam a minha festa, margaridas, bocas -de-leão, onze horas. Lembro de uma, especialmente, cuja a seiva depositada nas pétalas era de uma doçura ímpar, intercalava o sabor com as azedinhas. Muito mais tarde alguém me falou que era tóxica, não me fez mal algum…

Ao fundo espadas de São Jorge e de Santa Bárbara ornavam as multicoloridas flores.

Do outro lado,  que deveria ser o sombrio, moravam as hortênsias, azuis, rosas e brancas, sentia ao passar o perfume que vinha do solo, cheiro de umidade e terra preta, profundo, ainda consigo lembrar de cada um dos aromas desse jardim, ficaram impregnados na minha memória.

No pátio, ao fundo, eu tinha a minha floresta particular, formada por abacateiros, limoeiros, árvores de uva japonesa, pitangueira, bergamoteiras, nêspera doces, árvore onde eu subia para ver a floresta de cima, todas frutíferas e podia ver a parreira de uvas, onde fazia o piquenique imaginário.

Havia uma escada de cimento nos fundos, alta, mais inclinada que a da frente, e outra igual entre as hortênsias.  Subir e descer era uma aventura. Mais ainda a das hortênsias cuja porta estava sempre fechada por segurança, mas para mim isso tinha todo um mistério.

Embaixo de cada escada havia uma porta que levavam às cavernas, isso no meu imaginário infantil. A da frente só era aberta vez em quando, para guardar as ferramentas do jardim, soube muito tempo mais tarde. A de trás levava ao tanque e a sala de lenha, tanto para a lareira no inverno, quanto para o fogão de ferro da cozinha.

Na  lateral a porta levava para um salão onde minha tia dava aulas de francês,  o porão, onde eu moraria após a morte do meu pai.

Vivi muitas aventuras em meu jardim, criei muitas outras imaginárias, a cada estação ele mudava, sempre havia flor brotando, frutas amadurecendo, cheiros novos no ar. Talvez ele nem fosse tão grande como eu imaginava, mas era grandioso, efervescente, vibrante e possibilitou que o meu imaginário infantil viajasse por mundos desconhecidos, me deu asas, sonhos, viagens mil.

Até hoje consigo me refugiar nele, quando preciso de calma e concentração é para lá que viajo. Essas lembranças sempre me conectam contigo, também tinhas um jardim cheio de flores, um pátio cheio de aventuras, que rica vida foi ali vivida. Quantos sonhos não podes mais viver…

Texto dedicado a Cláudia Pinho Hartleben, amiga desaparecida.

Flores frescas

camelia

Ahhh, a diferença entre o querer e o poder…

Eu queria ter vasos de flores pela minha casa, toda a semana abastecido, com flores frescas, amo flores.

É um desejo tolo, talvez, inacessível pelo preço das flores nas floriculturas, já que moro em apartamento e não posso colher no jardim. Querer nem sempre é poder, não é mesmo.

Tivemos que aprender sobre a impotência com a pandemia, não é mesmo?!

Faço uma pergunta, mesmo que você pudesse ter o que quer, isso é realmente importante para a sua vida? Vai fazer diferença pra você ter tudo o que deseja? Qual a diferença?

Eu fiz uma opção de vida, dei preferência a ser do que a ter. É óbvio que nós gostamos de ter sempre mais, mas ter o suficiente compensa, ser é muito importante.

Usei o exemplo das flores frescas porque se eu pudesse as terias, é uma representatividade, mas não vai fazer diferença efetiva na minha existência.

Ser, é minha essência, é o que me define como pessoa e em todas as minhas relações na vida.

O que me sustenta, os meus alicerces, foram as relações de carinho que eu estabeleci no decorrer dos anos e, para isso, a minha opção em ser melhor a cada dia, foi a melhor.

Sempre seja mais! Primavere-se!

Setembro Amarelo

Vamos falar de um assunto muitíssimo importante, a prevenção ao suicídio.

Entramos no mês de setembro e junto começou a campanha Setembro Amarelo, 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Já falei aqui de solidão, de depressão, agora vou falar sobre suicídio, que cresce ano após ano. Dados oficiais falam da morte de 32 pessoas por dia no Brasil por suicídio. Alarmante e triste!

Antes assunto tabu, suicidio virou um assunto de saúde pública, precisa ser abordado abertamente para possibilitar às pessoas um grito por ajuda.

O suicídio mata mais que todos os conflitos somados no mundo, quase um milhão de pessoas. Para cada um que morreu existem no mínimo mais 10 pessoas que pensam em fazer o mesmo.

Falar ainda é a forma de possibilidade de ajuda, segundo a Organização Mundial de Saúde 9 dos 10 suicídio que aconteceram poderiam ser evitados.

Vamos ajudar quem está ao nosso redor, o mundo está precisando cada dia mais de solidariedade, gentileza e mãos estendidas. Você que está sofrendo saiba que pode contar com seus amigos sempre, procure ajuda no desespero.

Deixo aqui o link da campanha para maiores informações sobre o Setembro Amarelo.

Perennials

Somos nós, as mulheres de 40 a 60! Vocês sabiam disso?!

Aquelas que não seguem a cartilha da meia-idade. Eu estou aprendendo e me achei nessa definição.

Não sigo regras, não aceito rótulos mim e para a minha idade, sou o que sou como quero ser, sem seguir as tolas indicações sociais limitantes, em que dizem que eu devo ser isso ou aquilo.

Comecei a ler alguns artigos sobre o tema, super interessante, porque nos define a partir de um estilo de vida, no mercado de trabalho, como consumidoras e nessa faixa etária.

Não há uma identidade com uma determinada idade, também não se esconde a própria. Não é a idade que define essas mulheres, elas usam jeans, camiseta, transitam por várias faixas etárias com facilidade.

Para deixar mais claro, perennials vem do inglês perenne, traduzido como constante, permanente. Não somos senhoras de meia-idade, somos mulheres que estamos passando pela meia-idade, com melhor saúde que as gerações anteriores. Estamos vivendo nossa plenitude! Cheias de vida e projetos pessoais.

O que mais me chamou a atenção foi um sentimento, porque concordo em número, gênero e grau, não nos sentimos representadas pelo mercado de consumo. Eu me sinto exatamente assim!

E o mercado, o que está esperando para nos enxergar ?!

Princesa Diana

Ainda lembro nitidamente a madrugada em que ela se casou. Eu fique acordada só pra assistir o casamento na Inglaterra. A transmissão foi de madrugada, eu vi numa televisão preta e branca, estava na praia, não lembro porque estava lá, no laranjal, e o casamento foi lindo.

O vestido dela acabou ditando moda, todas as noivas daquela década praticamente se casaram com mangas bufantes.

Sempre fui uma fã da pessoa, da postura, mas ela tinha um olhar muito triste. Mesmo no casamento eu achei que olhar dela estava triste, anos depois eu soube que ela tinha visto dentro da igreja a amante do marido.

Não deve ter sido nada fácil ser da realeza, ter tantos compromissos, ter todas aquelas regras a serem seguidas, viver dentro de Palácio cheio de etiqueta e ser perseguida por paparazzi a vida inteira.

Acho que ela foi muito mais feliz depois que se separou e nobremente deu um rumo a sua vida nas campanhas e luta contra a Aids e contra as minas terrestres, aí sim eu acredito que sua vida teve sentido.

Todas nós vivemos um pouco a vida da lady Dy, suas alegrias, a sua maternidade, as suas desilusões. Todas nós sempre tivemos um pouco do sonho da princesa, mas vimos o sonho dela virar pó e sofremos também com isso. Então assistimos a fênix renascer das cinzas e isso renovou nossas esperanças a felicidade.

Senti muito a sua morte achei injusta, no momento em que ela parecia estar feliz, lutando pelos seus objetivos.

Ela foi um símbolo pra todas nós, que espelhávamos nela e na sua juventude os nossos sonhos.

Furacão interior – a infância na vida adulta – parte 2

Escrever sobre as implicações da infância na nossa vida adulta é muito pano pra manga, escrevi o suficiente pra três posts aí eu enxuguei bastante, ficaram dois, pra não ser cansativo. O primeiro publiquei ontem, hoje é continuidade.

É óbvio que sempre que eu escrevo estou falando sobre a minha vida, sobre as minhas incursões, minhas reflexões, eu não sei o quanto da minha perspectiva é válido para vocês, portanto façam suas reflexões, e me deem o devido desconto.

Seguidamente eu volto ao meu passado, e percorro todas as mudanças de trajetória da minha vida, os caminhos percorridos na infância em Pelotas até os dias atuais em Brasília.

Percebo que muitas das minhas reações frente a vida, com outras pessoas ou episódios, tem muito a ver com as mesmas de criança, são reflexos. Meus colegas de escola me consideravam muito séria, brava, hoje vejo que era apenas uma defesa.

Eu realmente era introspectiva, mas tinha meus motivos…

Tenho viajado pelos meus momentos críticos de vida, na infância, a perda do meu pai, depois a epilepsia. Sempre considerei meus percalços um obstáculo a superar para me fortalecer. Isso produziu uma pessoa sensível ao mesmo tempo uma fortaleza frente a vida. Parece um contrassenso, mas foi uma união perfeita, para o meu ser e para a minha sobrevivência.

A minha criança soube lutar da sua maneira, para me fazer chegar até aqui de forma completa. Não critique a sua criança interior, reflita e corrija o que for necessário na sua vida adulta.

Temos que aprender a conviver com nossos turbilhões e buscar a força, que muitas vezes nos falta, nas meninas e meninos que fomos.

Furacão interior – a infância na vida adulta

Assisti Walt nos bastidores de Mary Poppins. O filme trata sobre a dificuldade da autora do livro em vender a Walt Disney os direitos de filmagem. Ela se reporta o tempo todo a sua infância. Me fez pensar sobre a minha.

É impressionante verificar o quanto da nossa infância persiste na nossa juventude, na nossa vida adulta e até na nossa velhice. Ela surge como um furacão interior que toma conta da situação inesperadamente.

Há sempre uma criança dentro de nós que brinca com os sentimentos, que nos leva de um lado a outro, às vezes meio perdida, sem saber muito bem pra onde vai ou vai nos levar.

Quando ela vem seguimos para os lugares mais remotos de nossa consciência. Durante a vida ela nos acompanha mesmo que a gente não perceba a companhia dela.

É na infância que a nossa personalidade é formada. Quantas vezes você se pega pensando na sua infância, no seu pai, na sua mãe, os valores que eles nos passaram, quantas vezes você se transporta para essa infância?!

Eu me reporto muitas vezes, tenho certeza que a minha base foi feita lá e me faz ser quem eu sou hoje.

A sua criança é triste ou feliz? A minha tem seus momentos de tristeza, mas a irmã gêmea dela, a alegria, afugenta logo a tristeza para não contaminar o meu dia.

É importante nós preservarmos a nossa criança interior, brincar mesmo durante a vida pra não levar tudo muito a sério, a ferro e a fogo, nosso coração agradece!

 

Mais da metade já passou

paraquedas_parabens

E a caminhada até aqui foi longa, muitos trajetos percorridos, alguns retos, outros tortuosos, mas cheguei.

Estava pensando a pouco nos sonhos que não se concretizaram. Não me sinto frustrada, porque realizei outros tantos. Fica uma certa melancolia por não ter feito mais.

Parece um contrassenso, porque acho que fiz muita coisa mesmo, até pular de paraquedas, um luxo!

As vezes acho que o que bate mesmo é uma certa reflexão sobre idade. Sabemos que já dobramos o cabo da boa esperança, que o tempo não volta e que já se foi a maior parte de nossa vida, neste planeta.

Portanto, acho mesmo que devemos valorizar o caminho que já percorremos e o tempo que teremos para fazer o resto de nossa estrada.

Se quer dançar, dance. Vá ao cinema quando desejar, coma aquele doce de que você tanto gosta, faça pipoca pra ver TV… Sei lá, só não fique adiando planos, mesmo que sejam os mais simples.

Isso também vale para os pedidos de desculpas que não fez, aquela declaração que não disse, aquela visita que você vive adiando.

Gente, vá viver a vida! Não fique pela metade.

Charme

chame

Uma das coisas que me chama a atenção é que o comércio ainda não percebeu o potencial de quem está na meia-idade, mas não quer se vestir como velho. Eu não quero!

Assim como também não quero usar as roupas que as pessoas que fabricam números maiores, que são os que eu uso, acham que eu devo usar.

Gente a vida é um charme e eu me sinto assim, alegre, com vontade de inovar, olha só esse look aí de cima. O cara é grisalho, mas super de bem com a vida, óculos estiloso, camisa também, nada demais, apenas um azul que lhe cai muito bem.

Amo ousar nos meus óculos, tenho um rosa transparente, um preto e marfim e um azul. Se é pra usar óculos vamos inovar, expressar o que somos.

Me pergunto o porquê da ditadura de cores escuras para pessoas de meia idade, claro que um pretinho sempre cai bem. Mas tem que usar marrom, azul marinho, cor de vinho e preto todos os dias?!  Sai pra lá! Quero colorir a minha vida!

Por favor tratem de avivar as suas vidas, façam da meia idade um momento de expressão da vida, da alegria de viver essa fase.

 

 

Menopausa

20140830_070545

Um saco… Sei que faz parte da vida, do amadurecimento, da vida de toda a mulher.

Falei aqui no blog que gostei de amadurecer, mas não de envelhecer, e da menopausa muito menos.

Começou um calor na cabeça, de repente ela incendiava, isso mesmo, pegava fogo, era assim que eu sentia.

Me preparei para não usar hormônios nesta fase da vida, usei muita fruta vermelha, extrato de amora, comida mais natural, fui mudando aos poucos meu estilo de vida, consultei inclusive uma nutricionista ortomolecular, funcional. Acho que muitas mulheres superam essa fase dessa maneira e dá certo para grande parte.

Sinceramente eu entreguei os pontos. Quando as enxaquecas chegaram, além dos fogachos, aquele calor intenso que sobe até a cabeça, vinha essa dor aguda de cabeça e uma irritação constante. Quem merece isso?! Eu respondo, ninguém!

Eu optei pela minha qualidade de vida, resolvi fazer reposição hormonal.

ATENÇÃO, eu fiz tudo com acompanhamento médico, de endocrinologista e de ginecologista, faço todos os exames, todos os anos.

Usar hormônios pode ser muito perigoso, então, se for essa a sua opção, sempre faça com toda a orientação de um médico.

Me sinto extremamente bem, todos os sintomas desagradáveis desapareceram, inicialmente usei adesivos, depois usei um gel, achei bem melhor. Tem um problema, virei uma sanfona também, engordo e emagreço, é uma atenção constante com o peso.

Atualmente, uso uma pomada interna duas vezes por semana, já que os sintomas desagradáveis desapareceram, então vamos manter os órgãos internos saudáveis, evitando o envelhecimento do útero e cirurgia de períneo.

C’est la vie !

Hoje dedico Martha Medeiros para vocês!

IMG_0794

A Morte Devagar

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições. Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida. Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos. Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos. Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo. Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar. Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população. Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

Martha Medeiros

Paralisia facial, herpes zóster e outras coisinhas…

dcbc0cbd-0a67-4888-8850-d570fe5dd502

 

Em abril de 2017 a vida me deu um grande susto. Estava tratando uma otite média, já com 8 dias de antibiótico, quando tomando café da manhã, senti o lado esquerdo da boca formigar levemente, a xícara parecia não encaixar direito.

Eu tinha uma noção de que poderia ser uma paralisia facial, minha mãe também havia tido depois dos 50 anos.

Procurei uma emergência de otorrinolaringologia, atenção existe 2 especialidades que tratam paralisia facial, otorrino e neurologia.

Para minha surpresa o médico diagnosticou algo mais grave, infecção dos mastóides, ossos laterais da cabeça, que me fizeram ficar hospitalizada por 10 dias. Em decorrência da infecção eu estava com paralisia facial, foi tenso.

Essa introdução foi para dizer que depois dos 50 anos estamos com a saúde mais fragilizada e suscetíveis a desenvolver doenças próprias da idade, uma delas herpes zóster, que também causa paralisia e possui vacina para proteger nosso organismo.

Lamentavelmente tive as duas doenças, o herpes aos 46 anos, a paralisia neste ano, por experiência própria, resolvi escrever este post como alerta.

Com a idade ficamos mais frágeis, precisamos nos cuidar!

Uma viagem, uma história, muitas vidas

barcelona grandiosa

Museu Nacional de Arte da Catalunha – Barcelona

Conhecer outros lugares novos me refaz. Me formei em Estudos Sociais e depois em História, sou uma apaixonada pelas crônicas da vida. Sim, porque história para mim é um conjunto de crônicas de muitas vidas.

Sagrada Família

Eu tirei a foto do post de um ônibus de turismo, estava em Barcelona e queria conhecer muito mais da história e lugares dessa cidade majestosa, onde ao caminhar se olha para cima, baixo, lados e os detalhes são tantos que provavelmente você perderá 80% deles. Me sentia com saudades e nem tinha ido embora ainda. Queria descer e caminhar por esse lugar grandioso.

Calçada do Parque Guell

Subi nesses ônibus com vontade absorver tudo o que com os pés eu não poderia conquistar e foi pouco. Foram 3 coletivos, o vermelho, o azul e o verde, para sanar a minha sede de conhecimento.

Teto da Catedral Sagrada Família

Apesar da mais de centena de países que existe no mundo e minha vontade de viajar por muitos deles, Portugal e Espanha conquistaram o meu coração, para eles retornarei sempre que a vida assim me permitir.

Casa Amatller

Essa é apenas um pouco das maravilhas desta cidade única.

img_0855

Porto

 

fonte Lisboa

Lisboa

Boa semana gente!

Desapegar…

xícaras

Eu perdi muitas coisas materiais no decorrer da minha vida, algumas delas muito amadas, mas com o passar dos anos descobri que guardar lembranças vale bem mais do que guardar bens materiais que você não consegue cuidar, no meu caso, em outra cidade distante.

Não estou dizendo para você sair por aí vendendo tudo o que você possui, apenas que nem sempre conseguimos zelar por nossos pertences. Estou falando para você desapegar, desprender, porque as boas recordações são dos momentos vividos, da alegria e felicidade compartilhada com outras pessoas, isso é o importante.

Muitas famílias se acabam por heranças, as vezes sem nem haver morte ainda. Acho isso muito triste, fiz uma opção de vida, prefiro as pessoas, sempre!

Nenhuma coisa, patrimônio, dinheiro, sequer se compara a um abraço de quem você ama, nada se iguala.

Então, se algum dia houver alguma dúvida, se um conflito for se instalar por bens, compare um momento de felicidade vivido com a pessoa com quem haverá a disputa. Não se ache otário se escolher a boa recordação, você só estará sendo o melhor de você mesmo.

A foto acima é das sobras de louças inglesas da minha mãe, guardei as boas lembranças dos momentos em que as usamos as porcelana, para mim cada uma tem sua beleza única.

Contadora de história

De repente me vi aposentada à fórceps, saíram comigo do cargo que eu ocupava há vários anos, normal, a vida tem dessas coisas.

Estava no meio da minha viagem de férias e resolvi que não pensaria nisso até voltar. Não que se consiga fazer isso completamente, mas já ter uma aposentadoria me deu certa tranquilidade, trabalhava para complementar a minha renda.

Há algum tempo já vinha me questionando sobre o que fazer depois, quando saísse do meu emprego, já que se tratava de uma assessoria e apenas um cargo de confiança. Não gostaria de parar de trabalhar. Concomitantemente, me perguntava qual seria a minha real vocação, porque no decorrer da vida nunca me senti fixada em uma só.

Multitarefa, com várias potencialidades, queria fazer alguma coisa que tivesse significado para mim e para os outros, que não entrasse em confronto com os meus valores.

Essa foto é de uma das palestras que assisti #ElaFazHistória, do Facebook, no ano passado, buscando respostas. Agora estou fazendo alguns cursos online… Neles aparece sempre uma pergunta, o que você sempre gostou de fazer?

Num desses cursos ouvi essa expressão, contador de história, me encontrei! Lembrei que no decorrer da minha vida sempre escrevi: em criança, estorinhas, na adolescência e juventude, poesias, já madura nos meus blogs. É isso!

Ainda não sei bem como transformar isso em renda complementar, estou me planejando e estou feliz, por enquanto vou escrevendo para vocês, por aqui…

Artesanato

artesanato

Eu acho artesanato uma coisa incrível, aprecio, compro e uso. Admiro as pessoas que tem esse dom, elas transformam o dia-a-dia em arte. Coloquei nesta foto um pouco daqueles que tenho e estou usando atualmente.

Na minha família, sempre tivemos tricoteiras, bordadeiras, crocheteiras, eu fiz um pouco de cada coisa, mas nunca no nível de excelência de minha mãe, tias e primas, amo olhar cada peça produzida até hoje. Minha cunhada é uma artista de extremo bom gosto, uma artesã talentosa!

Cada peça de artesanato é um trabalho único, produzida com carinho, atenção, amor e dedicação. Ninguém no mundo terá uma peça igual a sua. Uso muitas roupas produzidas assim.

Vejo que nem sempre o artesanato tem tido o valor que merece, muitas vezes querem pagar por esse trabalho, que leva horas, dias de pura dedicação, o preço de um produto produzido em larga escala. Não é assim, o artesão não é uma máquina, ele coloca no seu trabalho um talento ímpar e horas de entrega.

Ao pegar e apreciar uma peça de artesanato reconheça o talento que está por trás dela, não questione o valor, se não quiser não compre, mas respeite o labor de quem a produziu e a habilidade e dedicação que ali está contida.

Aos artesãos desse Brasil todo o meu respeito!

Auto sabotagem

 

Existe melhor definição para auto sabotagem do que essas duas fotos?!

Já acordamos pela manhã colocando defeito em nós mesmos, a cara está amassada, engordei, estou cheia de olheiras, essa roupa não caiu bem… Que tal parar com isso imediatamente?! Pare de se julgar!

O olhar com o qual nos olhamos, a crítica que nos fazemos tem que ser diferente de tudo o que fizemos até aqui. A auto sabotagem acaba com nossas possibilidades em construir o melhor de nós mesmos. Use a sua sensatez para chegar num equilíbrio interior, para olhar com sabedoria para a sua essência. Você é muito melhor do que a sua censura enxerga.

Quando fizer a sua crítica se pergunte, como posso me aperfeiçoar, porque é isso que precisamos, nos tornar melhor por dentro e por fora e não nos boicotar. A culpa e o medo nos sabotam, sai dessa!

Não deixe a sua crítica sem cor apagar a sua luz interior!

 

Bloco de gelo – o iceberg que precisamos desprender

https://pixabay.com/pt/

foto do pixabay

Um iceberg se desprendeu da Antártica, gigantesco, três vezes maior que a cidade de São Paulo. Será monitorado, para não atrapalhar a navegação.

Por que eu estou falando disso?! Me ocorreu uma analogia…

Quando os problemas da vida se tornarem insuportáveis, que tal se desprender deles?

Monitore sempre os seus sentimentos e os seus problemas, para que não se agigantem e para não se afundar com eles, para não atrapalharem a navegação da sua vida.

Eu sei, nem sempre dá, mas podemos fazer um exercício, eu consigo resolver este problema?

Se sim, vamos lá, veja as opções de resolução e corra atrás da solução, tire isso logo da sua vida.

Se, não, coloque isso na caixinha de não resolvidos e siga em frente.

Não adianta ficar martelando, remoendo, o que não se consegue destrinchar, só vai cavar mais um poço, em que já se chegou ao fundo e cuidado para não escavar um porão, além do poço.

Está na hora de começar a escalar o fundo e subir.

Como o iceberg, se descole daquilo que pode te fazer mal, naufragar.

Sim, eu sei que é difícil, mas na vida tem-se que navegar…

Descomplica

Santa Catarina - (praia do Campeche - Florianópolis)

(praia do Campeche – Florianópolis)

Meia idade dá para perceber que a vida deve ser mais leve, os aborrecimentos do dia já tendem a nos tirar do prumo, então descomplique!

O papel higiênico está colocado ao contrário, sério tem lado para colocar papel higiênico?! Quem disse?! rsrsrsrs… Espremeram a pasta de dentes no meio, deixa disso, é isso que vai te fazer perder a paciência?! Te cortaram no trânsito, isso não é legal, mas perder a calma pode causar um acidente em seguida, portanto atenção! Qual a importância disso na sua vida, no seu futuro?! Importante é a sua saúde e a dos teus filhos, família e amigos, entendeu?!

Antes de complicar a vida com pequenas irritações se pergunte: o que isso muda a minha vida? Essa discussão vale a pena? É um grande problema ou apenas uma chateaçãozinha? Pois é, a vida está cheia delas e cabe a você decidir se vai somar ou subtrair isso no seu dia…

Repense e descomplique, faça sua vida mais leve, vai valer muito a pena!

Agora olha para essa foto magnífica que tirei e coloquei neste post, dá uma viajada, você merece!